Palavra do Cardeal-Patriarca no encerramento da sessão sobre «O Bem»
“O tema desta noite, na objectividade dramática dos seus dados e no desafio espiritual que nos põe, toca no âmago mesmo da missão da Igreja. Há uma dimensão objectiva da prática do Bem. E nesse aspecto é extraordinariamente importante identificar o problema humano que aqui foi descrito, identificar os meios para lhe responder e administrá-los bem.
“Mas a missão da Igreja não se limita a essa objectividade da prática do Bem. Ela cultiva o espírito com que o Bem deve ser praticado. E na espiritualidade que recebemos do Evangelho de Jesus, o Bem deve ser praticado com bondade. Todos estes projectos ganham muito se forem praticados, realizados por homens e mulheres bons.
“Há uma passagem do Evangelho que habitualmente nós conhecemos como o diálogo do Senhor com o jovem rico, em que ele pergunta: «Senhor, que devo fazer para entrar no Reino dos Céus?». Diz: «Bom Mestre, que hei-de fazer…?». E o Senhor responde-lhe: «Porque Me chamas bom? Só Deus é bom». É como se Jesus, de repente, pressentisse que aquele homem tinha captado o seu mistério. A bondade leva-nos a tocar a dimensão transcendente da pessoa humana. Quando nós somos bons para os outros, tocamos o que de mais íntimo há em nós, onde nós próprios nos transcendemos. Mas captamos também a beleza e o mistério do outro, mesmo numa aparência degradada pela pobreza ou por outros problemas humanos.
“Eu agradeço-vos mais uma vez a vós, que aceitastes o nosso convite para estar aqui esta noite, e agradeço com muita amizade à Dr.ª Isabel Jonet, ao Senhor Eng.º António Guterres, ao Dr. José Luís Pinheiro. Falaram bem porque são bons.”
D. José Policarpo
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