“Eis o Homem”
Fazer porquê?
No relato da Paixão que o Evangelho de João conta, um dos derradeiros interlocutores de Jesus liga-O, talvez sem grande consciência disso, a dois sintagmas que se tornariam centrais para a Fé cristã: primeiro, a pergunta «Que é a verdade?» (Jo 18,38), interrogação deixada em aberto em termos do discurso, e só radicalmente (e silenciosamente) respondida na oferta que esse Homem chamado Jesus faz de Si; e depois, a exclamação «Eis o Homem!» (Jo 19,5), que nos ajuda a sondar a profunda solidariedade que o Cristo de Deus mantém com a inteira história dos homens.
É interessante que o Evangelista, em vez de nos adiantar uma elaborada e explícita profissão de fé, nos proponha ainda a descoberta de Jesus através das subtilezas de um diálogo com um pagão (Pilatos), obrigando-nos a valorizar pormenores que só progressivamente se revelarão, aceitando que perguntas chave fiquem por responder ao nível das palavras, mas, ao mesmo tempo, sondando o modo como a história de Jesus e a história humana são pano da mesma túnica inconsútil.
A fidelidade ao próprio Jesus impele a Igreja a reflectir as grandes experiências da Humanidade. A certeza da relevância de Jesus e do Seu Evangelho, determina o imperativo de praticar e estimular um diálogo entre a sua experiência e outras expressões do humanismo e da cultura, que faça emergir mais claramente as questões de fundo por onde, hoje, o sentido da existência se decide, e a Igreja anime a cultura do seu tempo, e sinta-se por ela animada, a progredir na Verdade, no Bem e na Beleza.
Fazer o quê?
- Realizar, em rede, nas várias Dioceses (ou outros âmbitos eclesiais) uma série de conferências, ao longo de 2007/2008, que juntem, a debater aspectos diferenciados da realidade cultural (teologia, política, ciência, arte, saúde…), interlocutores competentes, quer de extracção católica, quer do mundo laico.
- O lugar das conferências seria preferencialmente a Catedral (ou outro com relevância cultural e eclesial).
- O Bispo Diocesano acompanhará de perto a iniciativa, cabendo-lhe sublinhar o enquadramento pastoral da iniciativa e os seus desafios.
No Patriarcado de Lisboa, organizado pelo Departamento Diocesano de Comunicação e Cultura, está previsto o ciclo de conferências a realizar na Sé Patriarcal:
A Verdade
26 de Abril de 2007, às 21h30
João Lobo Antunes, Médico
Manuel Carmo Ferreira, Filósofo
Moderador: D. Carlos Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa
O Bem
10 de Maio de 2007, às 21h30
António Guterres, Alto-comissário para os Refugiados
Isabel Jonet, Presidente do Banco Alimentar contra a Fome
Moderador: José Luís Ramos Pinheiro, Rádio Renascença
A Beleza
24 de Maio de 2007, às 21h30
João Bénard da Costa, Director da Cinemateca Portuguesa
Jorge Silva Melo, Encenador
Moderador: Paulo Vale, Professor Universitário
As sessões, pontuadas por momentos artísticos, terão a presença do Senhor Patriarca, que terá uma palavra final.
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