A acção pastoral necessita de uma conversão cultural?
A declaração de Jesus, «Vós sois o sal da terra… Vós sois a luz do mundo…» (Mt 5,13s), alude não só à condição histórica do caminho crente, mas também à eficácia cultural da própria Fé. O sal e a luz incitam à pertinência do testemunho: mais do que assistir às grandes transformações da terra e do mundo sugerem uma presença determinante dentro dessas transformações.
O projecto da nova Evangelização não deveria privilegiar uma nova inculturação do cristianismo, enfrentando o problema cada vez mais decisivo da sua tradução cultural? A vasta realidade da acção e animação pastoral, que se distribui por âmbitos e níveis tão diversos, e quase esgota a totalidade dos esforços, não deveria preocupar-se com a espessura cultural das suas propostas e objectivos? Por vezes, a imagem que passa é a de um circuito fechado e parcelar, sem a capacidade de fazer emergir as questões de fundo, distanciado dos debates culturais que estamos a viver, impotente para interagir positivamente com eles e estimular os crentes a se constituirem protagonistas dessa elaboração, segundo o mandato evangélico.
Há uma pergunta que o nosso tempo vem tornando premente: “a acção pastoral necessita de uma conversão cultural”?
P. José Tolentino Mendonça
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