Santuários: lugares de culto e cultura
Muitas vezes, o santuário é já, em si mesmo, um “bem cultural”, porque, de facto, encontram-se nele, como que reunidas em síntese, numerosas manifestações da cultura das populações circunstantes: testemunhos históricos e artísticos, módulos linguísticos e literários característicos, e expressões musicais típicas.
Neste aspecto o santuário constitui não raramente um válido ponto de referência para definir a identidade cultural de um povo. E, já que no santuário se efectiva uma síntese harmoniosa entre natureza e graça, piedade e arte, ele pode ser proposto como expressão da «via pulchritudinis» para a contemplação da beleza de Deus, do mistério da «Tota pulchra» e das admiráveis experiências dos Santos.
Além disso, tem-se afirmado cada vez mais a tendência de fazer do santuário um específico “centro de cultura”, um lugar em que se organizam cursos de estudo e conferências, onde se assumem interessantes iniciativas editoriais e se promovem representações sagradas, concertos, exposições e outras manifestações artísticas e literárias.
A actividade cultural do santuário configura-se como uma iniciativa colateral pela promoção humana; esta função acrescenta-se utilmente à função primordial de lugar para o culto divino, para a obra da evangelização e para o exercício da caridade. Neste sentido, os responsáveis dos santuários velarão por que a dimensão cultural não se sobreponha à cultual.
in Directório sobre a piedade popular e a Liturgia, n.276
24.09.2008
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