Marte
Católicos não temem descobertas do "Curiosity" em Marte, diz diretor do Observatório Astronómico do Vaticano
O diretor do Observatório Astronómico do Vaticano, padre José Gabriel Funes, considera que todo o mundo deve estar satisfeito com o sucesso da aterragem em Marte do “Curiosity”, laboratório de pesquisa do planeta lançado pela NASA, agência espacial norte-americana.
O sacerdote argentino afirmou à Rádio Vaticano que gostou do nome dado ao veículo porque a curiosidade é uma força que motiva a ciência e a pesquisa.
O ser humano, sublinhou, quer conhecer «a lógica, o “logos” no universo» e acrescentou que a possibilidade de fazer ciência deriva da «racionalidade» na natureza.
Depois de um trajeto de 36 semanas desde a Terra, a sonda tocou o solo marciano onde, segundo o projeto da NASA, vai ficar durante quase dois anos para explorar se a cratera onde aterrou alguma vez teve condições favoráveis à vida biológica.
«Até agora não temos quaisquer provas de vida [extraterrestre]. Ainda assim a procura pela vida vale a pena e podemos aprender muitas coisas», referiu.
O responsável rejeitou a ideia de que os católicos têm algo a temer por causa da busca vida extraterrestre ou da exploração científica.
«Não temos medo da ciência, não temos medo de novos resultados, novas descobertas», frisou o sacerdote jesuíta, lembrando que é por causa desta posição que a Igreja Católica tem um observatório astronómico.
«Não temos medo da verdade. Qualquer que seja a verdade, estamos abertos a novos resultados, uma vez confirmados pela comunidade científica», vincou.
O Observatório do Vaticano tem sede na residência papal de verão, em Castel Gandolfo, perto de Roma. As suas origens remontam à reforma do calendário do papa Gregório XIII, no século XVI, tornando-o um dos mais antigos do mundo.
O atual Observatório, refundado pelo papa Leão XIII em 1891, tem outro centro de pesquisa no estado norte-americano do Arizona, criado em 1981.
CNA/SNPC
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13.08.12