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Cinema

A dama de ferro

O ano de 1975 é marcante para o Reino Unido: no rescaldo do embargo decretado pela OPEP, no meio de uma instabilidade política nacional que não firma nenhum governo por muito tempo e com as forças revolucionárias do IRA a ganhar cada vez mais terreno, Margaret Thatcher é eleita líder do partido conservador.

Primeira secretária do Departamento de Educação e primeira líder do partido conservador, torna-se, em quatro anos, a primeira e até hoje única primeira ministra britânica. Mais, inaugurará a sequência de três mandatos à cabeça do governo de sua majestade.

Filha de merceeiro, é com o pai que aprende o valor do trabalho e as premissas da política ao serviço dos cidadãos. São estas que levam a mulher de pulso de ferro e ideias firmes a consagrar o seu primeiro governo a São Francisco de Assis. Uma afirmação de humildade que pouco tem que ver com a imagem inflexível, que subsiste, de quem firmemente decretou uma economia restritiva, enfrentando opositores dentro e fora do parlamento, da Irlanda à Argentina, passando pela União Soviética.

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É pois com surpresa e algum risco que nos chega a primeira grande obra cinematográfica sobre a inigualável Dama de Ferro pela lente de Phyllida Lloyd, a obreira do visto e revisto “Mamma Mia”. Com sobeja experiência em artes de palco, mais precisamente na ópera, Phyllida Lloyd terá que esquecer os efeitos decorativos para tentar o seu retrato de Thatcher.

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O resultado de “A Dama de Ferro” é o discreto brilhantismo interpretativo de Meryl Streep e  uma narrativa assente no contraste: entre a poderosa lucidez duma mulher que não se deixa trair nos anos de governação como única num mundo de homens ou estranha dentro do seu próprio partido; e alguém que não se reconhece na sua avançada idade e progressiva demência, entre os ecos do passado e as vozes do presente.

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Um filme que, mesmo sem excessos decorativos, aposta numa coreografia temporal, com uma ilustração histórica e dramática que corre o único risco de, tocando ambas as dimensões, não satisfazer plenamente alguma delas.

 

 

 

Margarida Ataíde
Grupo de Cinema do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura
© SNPC | 09.02.12

Cartaz

 

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