Música
Emmanuel Nunes: in memoriam
No domingo, dia 2 de setembro, Emmanuel Nunes terminou os seus dias entre nós. Deixou-nos a sua música. Como em vida, será um legado controverso. Uns continuarão a celebrar o génio singular - talvez megalómano -, outros o geómetra de estruturas musicais.
Por mim, sem a pretensão do rótulo, fico-me pela ingenuidade disponível face a um universo poético próprio – e nem todos os compositores conseguem chegar a esse lugar de invenção de mundos.
Sugiro a escuta de «Litanies du Feu et de la Mer, nº 1» (1969), para piano solo. A obra, no conjunto dos seus blocos sonoros, fluxos e refluxos, que continuamente se acedem e extinguem, pode transportar esse sentido dos dias que se consomem e apagam.
Esperemos que este apagamento se possa tornar uma dádiva para todos aqueles que na sua música continuarão a ler a possibilidade da descoberta.
Alfredo Teixeira
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03.09.12