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«Eu só acreditaria num Deus que dançasse», disse Nietzsche. Tolentino Mendonça responde com "Um Deus que dança"
«O orante é uma coreografia de gestos.» A afirmação de Michel de Certeau leva José Tolentino Mendonça a considerar que não rezamos «apenas com palavras mas com o que somos».
“Um Deus que dança”, um «itinerário orante» com textos do diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, foi inspirada no pensador Nietzsche, que dizia «Eu só acreditaria num Deus que dançasse».
«O título corresponde a uma provocação» porque os crentes fazem a experiência de Deus que «corre o risco da contingência e da história, e nesse sentido Deus dança», refere o poeta e biblista.
As ilustrações do padre jesuíta João Norton, que acompanham o volume, têm como propósito «repousar o olhar».
João Norton
O arquiteto explica que concebeu desenhos com «simplicidade» e que «não se sobrepusessem a mais nada».
A apresentação do livro decorreu em Lisboa, no espaço da Companhia Olga Roriz, coreógrafa para quem a dança é também uma expressão orante: «Fazemos das nossas palavras silêncios, e dos silêncios gestos».
«A literatura simm, a música, a poesia, o cinema, o teatro, a pintura, são estado de oração. São a nossa pobre maneira de ver a Deus: criar beleza», escreve o encenador Luís Miguel Cintra no prefácio.
Rui Martins
Vídeo: Ecclesia / RTP 2
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29.06.11