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Música

Frei Hermano da Câmara recorda êxitos musicais com concertos em Lisboa, antes de editar novo disco

Frei Hermano da Câmara vai passar em revista uma carreira que começou no final da década de 1950 nos dois concertos previstos para segunda e terça-feira no Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa.

O alinhamento dos espetáculos inclui temas do cancioneiro popular, musicados pelo religioso, como "Senhora da Agonia", temas de cariz religioso, como a oração "Pai Nosso", e outros do seu repertório, antes de entrar para a vida monástica, caso de "Rapaz da camisola verde", de Pedro Homem de Mello, para o qual compôs a melodia.

Frei Hermano da Câmara tinha apenas previsto um espetáculo, na terça-feira, mas, por se ter esgotado, foi agendado outro, um dia antes, na segunda-feira, explicou à Lusa fonte da produtora UAU que gere o Tivoli BBVA.

Frei Hermano da Câmara, 78 anos, fez a sua primeira gravação, "Sunset and Sentimental", em 1959, tendo anteriormente atuado na Emissora Nacional, na Radiotelevisão Portuguesa e, esporadicamente, em casas de fado.

Hermano da Câmara canta então "Minha mãe nasci fadista", no qual pede à mãe que "não lhe dê maior cuidado este [seu] modo de cantar", tem "um destino marcado" e, apesar de o "fado ser triste solidão", garante que tem "a sorte que Deus quis".

Em 1961 gravou o "Fado da Despedida", um dos temas que integra o alinhamento dos dois espetáculos. Neste fado, com letra de Adelaide Vilar e música própria, Hermano da Câmara anunciava que se entregara a Cristo e garantia: "Nunca mais me senti só".

Para espanto dos meios de comunicação da época, o fadista, em plena ascensão de carreira, decidiu entrar no mosteiro beneditino de Singeverga, e passa a ser anunciado como Frei Hermano da Câmara.

Continuou então a cantar, mais esparsamente, com autorização do seu superior religioso, e a temática sentimental deu lugar à religiosa, com grande parte das letras de sua autoria, ou escolhendo temas de cariz cristão no cancioneiro popular, ou retirando-os de livros de música eclesiástica e da Bíblia, mantendo o gosto por compor.

Nos espetáculos previstos para o palco da avenida da Liberdade, Frei Hermano da Câmara irá, entre outros, interpretar, "Cordeiro de Deus" e "Espírito de Deus", retirados da Bíblia, mas também "Cantilena da Boa Gente", do cancioneiro popular, todos musicados por si.

Frei Hermano exerce assim o apostolado pela música, reenquadrando-se nos novos ventos que sopram do Concílio do Vaticano II, concluído em 1965, e fez até uma experiência com o Quarteto 1111 para introduzir novos estilos musicais nos cânticos beneditinos de Singeverga. Esta experiência está registada no disco "Bruma azul do desejado" (1973).

Em 1978 compôs e gravou em disco uma peça baseada na vida de Jesus, "O Nazareno". O álbum, produzido por Mário Martins, com o Coro e Orquestra Gulbenkian, sob a direção musical de Jorge Machado, contou com a sua prestação, e ainda, entre outros, com Amália Rodrigues, Mara Abrantes e Carlos Quintas.

O disco vendeu mais de 80 mil exemplares e foi levado a cena, em 1986, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, com alterações ao elenco da gravação, mas sempre protagonizado por Frei Hermano.

Em 1987, saído de Singeverga, criou a Comunidade dos Apóstolos de Santa Maria, cujo apostolado é a difusão dos seus ideais cristãos pela música, em conformidade com o Vaticano II.

Frei Hermano da Câmara atuou além fronteiras e, com menor regularidade desde 2000, continuou a gravar, estando previsto um novo álbum para breve , segundo a UAU.

 

Agência Lusa / com SNPC
02.12.12

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