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Exposição

Luísa Jacinto: "Basta um só dia"

«[...] Quase sempre - se não sempre [a pintura de Luísa Jacinto] - e como ela tanto se amplia nas pequenas dimensões - está no mundo (dessa mesma pintura) como o coração num organismo. Quase sempre para deixar que surja numa espécie de ensaio pictórico - muito simples, com uma ou duas figuras - sobre a aparição de quem tenta e falha e hesita e silencia na cor do reduzido espaço em que se fecha (enquanto personagem em cena) na sua aventura do outro (e de si mesmo) e permanece em queda e erro no acerto sobre as palavras acerca do que nós amamos e muito, provavelmente, também acerca de quem é amado.

[...] Há uma tríade fenomenológica no trabalho de Luísa Jacinto - o sujeito, a arte (enquanto pintura, desenho e vídeo) e o mundo -, que se desdobra e anima através de um contacto profundo com as coisas aparentes do sentir. Que conduz as desenhadas figuras, suportes de corporeidade e de presença anímica que são o sujeito, a um mundo.
Mundo que tem somente sentido para ser contemplado, já que em si mesmo não é nada mais do que representação. Provavelmente esse próprio mundo se confundirá com a arte (pintura, desenho, vídeo) que é suporte e experiência e mesmo consciência das qualidades sensíveis, de certas intensidades ou da fisionomia motriz da cor.

Imagem One always fails to speak of what one loves (2011)

[...] A figuração de Luísa Jacinto diz a cada instante: «Nós somos deste mundo, mas neste mundo sentimo-nos entre estrangeiros.» E, todavia, gravita quase sempre numa aparente serenidade.

[...] As suas personagens, bem mais reais do que ideadas, vêm acrescidas de um paradoxo: da possibilidade do impossível. (...) E, todavia, o objecto pintado está aparentemente sereno. E, todavia, todas essas figuras estão ali, estão aqui para uma experiência do impossível e fazem um apelo preciso a aspectos (muito) além da arte: à ética, ao direito, à política, à responsabilidade, à decisão.

Imagem A Central Point (2010)

[...] A fuga, no fim do último degrau de Basta Um Só Dia – em junho de 2012 – terá lá fora a fronteira da ilha. E no vórtice da descida, a ilha irá ranger ligeiramente, como um casco de barco quando o vento levanta a vela.» (João Miguel Fernandes Jorge)

A exposição “Basta um só dia”, de Luísa Jacinto, comissariada por João Miguel Fernandes Jorge, está patente em Ponta Delgada, ilha de S. Miguel, até 2 de setembro.

São 83 obras, que compreendem a pesquisa plástica empreendida desde 2007 até à atualidade, além de três vídeos: “Basta um só dia” (2012), “The Promise and the  Dream” (2009) e “Things Change Quickly” (2010).

Imagem Reading III (2010)

As peças, expostas no Museu Carlos Machado (Núcleo de Santa Bárbara), podem ser vistas de terça a sexta-feira, das 10h00 às 12h30, e entre as 14h00 e as 17h30. Aos sábados e domingos também das 14h00 às 17h30.

 

© SNPC | 31.07.12

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