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Cinema

"O substituto": escola, educação e afetos

Numa escola secundária pública de periferia dos Estados Unidos, Henry Barthes enceta novo contrato como professor substituto. Os primeiros dias revelam o estado deplorável das problemáticas relações humanas num lugar onde a palavra esperança não existe.

Às tentativas iniciais de confronto dos alunos, verbal e fisicamente ameaçadoras, Barthes não se deixa intimidar. Afinal, a realidade afetiva e social dos jovens não lhe é estranha, o que, num contexto progressiva e contagiantemente deprimido, o impulsiona, pelo contrário, a fazer a diferença.

Num misto de esperança e desapego que o torna imune à agressão psicológica e ao pessimismo, o professor gere os seus dias entre os cuidados ao avô, única família que lhe resta, e a tentativa de transformar aqueles com quem se cruza, seja na escola ou em qualquer outro lugar. É assim que conhece Erica, uma prostituta adolescente que instintivamente acolhe em sua casa...

Fotograma

Passam exatamente 14 anos desde a primeira longa metragem de Tony Kaye, “America Proibida”. Simultaneamente retrato e duríssima denúncia sobre o ímpeto racista dos chamados skinheads, o filme tinha, no entanto, como premissa essencial a possibilidade da reversão dessa ‘cultura’, magnificamente encarnada por Edward Norton na pele de um jovem que luta por destruir o ideal de violência que fomentou no irmão mais novo. Papel que vale um rol de premiações ao ator.

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Muito menos premiado pelas longas metragens do que pelos videoclipes que tem dirigido para uma diversidade de músicos e bandas, Tony Kaye permanece ao longo dos anos fiel a uma cinematografia denunciante, explorando temas que vão do tráfico de armas ao aborto, passando agora pela abordagem à falência do sistema educativo público na América.

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Embora excessivo na abordagem - restringindo sistematicamente as possibilidades de salvação no contexto miserabilístico de cada personagem - e no tipo de filmagem - abusando dos movimentos manuais de câmara e primeiros planos - “O Substituto” não deixa de constituir uma interessante reflexão sobre os efeitos simultaneamente nefastos e positivos do ‘desapego’. Precisamente o título original do filme, ‘detachment’, na sua possibilidade redutora, a que se arrisca sucumbir, e libertadora, a capaz de transformar...

"O substituto" (97'), estreia esta quinta-feira em Portugal.

 


 

Margarida Ataíde
Equipa de Cinema do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura
Agência Ecclesia / SNPC
13.11.12

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