Vemos, ouvimos e lemos
Paisagens
Pedras angulares A teologia visual da belezaQuem somosIgreja e CulturaPastoral da Cultura em movimentoImpressão digitalVemos, ouvimos e lemosPerspetivasConcílio Vaticano II - 50 anosBrevesAgenda VídeosLigaçõesArquivo

Banda desenhada

Pai da Mafalda fez 80 anos

Completou 80 anos – no registo consta 17 de agosto mas nasceu a 17 de julho – Joaquín Lavado, desenhador argentino, melhor conhecido como Quino e ainda mais famoso como o criador da banda desenhada cómica centrada no personagem da terrível menina Mafalda e dos seus pequenos amigos.

Quino não tem filhos mas a maneira como trata o universo das crianças mostra uma paternidade profunda e gratuita. As suas histórias são pequenas apologias para mostrar os desastres do mundo dos adultos, mas com delicadeza para o mundo da infância! E com que acutilância.

Diferentemente da banda desenhada norte-americana Peanuts – Charlie Brown, Linus e amigos – os quadradinhos da Mafalda não são fechados sobre si próprios: são abertos ao mundo, com os seus problemas sociais, e permitem a entrada dos adultos.

Quino teve a simplicidade de manter as suas histórias durante um tempo limitado, entre 1963 e 1973: quando sentiu que havia esgotado o que tinha a dizer com Mafalda, simplesmente mudou de género, sem forçar o prolongamento da série.

Imagem

Há muita sabedoria sobre o mundo da infância nos seus quadradinhos, de tal modo que algumas histórias podem ser usadas como manual de vida. Como quando a professora manda declinar os verbos e, quando chega a vez do futuro de “amar”, a pequena Susanita responde: “Crianças!”; ou quando Mafalda, ouvindo de sua mãe que nasceu depois de muitos anos de casamento, grita: "E quem diabo disse que eu podia esperar?"; ou quando Miguelito se insurge contra as recomendações dos pais – "Não correr com sapatos novos, não saltar no sofá, não arrastar pelo chão!" - e conclui: “Para que serve ser criança, se não te deixam exercitar?”.

Imagem

Mas Mafalda é também uma contestadora social, simultaneamente delicada e áspera. Reivindica o papel da mulher na sociedade; rebela-se contra as imposições sociais – simbolizadas na história em que é obrigada a comer a sopa – a interferência dos mercados e das corporações, bem como contra a superficialidade e a tentação da escalada social.

O que é realmente surpreendente é a delicadeza: não são adultos em miniatura mas crianças reais, que participam nos jogos infantis, que discutem, que levam palmadas dos pais; e que têm um pai e uma mãe que muitas vezes vivem as tensões do seu papel, como quando os pais de Mafalda se olham aterrorizados porque a sua menina "já vai à escola!".

Vale a pena os adultos relerem a Mafalda.

Imagem

 

Imagem

 

L'Osservatore Romano
Condensado e adaptado por SNPC
SNPC | 17.08.12

Redes sociais, e-mail, imprimir

Foto
Quino

 

Ligações e contactos

 

Artigos relacionados

 

Página anteriorTopo da página

 


 

Subscreva

 


 

 


 

 

Secções do site


 

Procurar e encontrar


 

 

Página anteriorTopo da página

 

 

 

2012: Nuno Teotónio Pereira. Conheça os distinguidos das edições anteriores.
Leia a última edição do Observatório da Cultura e os números anteriores.