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Brotéria: edição de janeiro traz arte, ambiente, música, relações sociais e uma capa nova
A edição de janeiro da revista Brotéria – Cristianismo e Cultura, inaugura um novo desenho da capa, que vai mudar periodicamente de cor.
O volume abre com o artigo “Caravaggio 400”, de José Alberto Gomes Machado, que «faz um balanço e dá conta dos principais eventos» realizados e em curso para celebrar o quarto centenário da morte do pintor.
O texto «perspetiva a modernidade e o crescente interesse» pela obra de um «artista revolucionário», com «especial ênfase na descoberta e identificação dos seus restos mortais, ocorrida no verão passado».
Maria Cristina Osswald escreve sobre “Arte e devoção jesuítas em Goa entre meados do séc. XVI e meados do séc. XVII”. Este período, correspondente à entrada da presença missionária da Companhia de Jesus na região, «foi marcado pelo maior esforço construtivo e decorativo» dos religiosos da congregação estabelecida por Santo Inácio de Loyola.
As construções e a arte dos jesuítas «determinaram o urbanismo e a arte de Goa, caracterizada por uma panóplia de tradições diferentes». O artigo menciona também S. Francisco Xavier e os mártires de Salcete, «figuras fundamentais no culto e na iconografia tridentinas».
Em “Maternidade de substituição – Um retrocesso social”, Pedro Vaz Patto constata que aquela prática «e uma realidade, ou é objeto de discussão, em vários países».
«O documento ‘Mères porteuses: extension du domaine de l’alienation’ recusa essa legalização de um modo veemente e particularmente bem fundamentado, em nome de valores ditos ‘progressistas’.»
No artigo “Reflexões sobre o problema da pobreza em Portugal”, Nuno Alves «visa apresentar, de forma breve, as várias faces» do fenómeno no país, «bem como algumas das suas causas estruturais».
O autor defende que «uma opção preferencial pelos pobres se funda em razões de equidade e de eficiência económica», pelo que «a definição das políticas públicas deverá ter sempre presente a questão: ‘Qual o impacto sobre os pobres?’»
“Alterações Climáticas: a ética ambiental e a fé cristã” é o título do texto de Carlos Borrego, para quem os mais pobres e vulneráveis serão «os primeiros a sofrer» com os efeitos daquelas mudanças.
«Exige-se aos cristãos o esforço de se empenharem mais decididamente na construção de uma cultura ambientalista, inspirada no Evangelho», sublinha o autor.
Em “O Espírito Santo, protagonista da Missão”, Tony Neves recorda que os «Bispos Portugueses lançaram um desafio para a passagem do inverno para a primavera da Igreja». E há «sinais de futuro»: «o voluntariado, os movimentos juvenis, um maior envolvimento de Dioceses e Paróquias, ao lado dos Institutos» religiosos.
As 102 páginas desta edição incluem ainda o artigo “Música e Religião”, assinado por José Blanc de Portugal e publicado em 1960, além da secção de recensões.
Rui Martins
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20.02.11