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Cinema

Cannes reflecte sobre "Deuses e Homens"

Em 1996, no auge da guerra civil argelina, sete monges franceses desapareceram do seu mosteiro nos montes Atlas. Mais tarde foram encontrados os cadáveres de todos os religiosos, mas até hoje os responsáveis pela sua morte permanecem desconhecidos, com diferentes teorias a culpar ora o exército ora os militantes islamistas que o combatiam.

O realizador Xavier Beauvois decidiu explorar o tema com o filme “De Deuses e Homens” (Des hommes et des dieux, 2010), que esteve a concurso na edição deste ano do festival de Cannes.

Mas o filme de Beauvois não procura respostas para o mistério das mortes em si. “Inclino-me para a teoria de que o crime foi cometido pelo exército, mas a verdade é que não sabemos”, diz o realizador quando explica porque razão não entra por esses caminhos.

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Em vez disso, “De Deuses e Homens” aborda o dia-a-dia dos monges, com imagens e planos que recordam “O Grande Silêncio” de Philip Groening, e acompanha o aumento da tensão no mosteiro à medida que a situação se tornava mais perigosa e os monges questionavam se deviam partir ou não.

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Apesar do tom fortemente religioso do filme, Beauvois é evasivo quando se chega a explicar a sua própria fé: “Metade do meu cérebro não acredita em nada, e a outra metade acredita em tudo”, confessa.

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O realizador chegou a viver num mosteiro francês para melhor poder transmitir o ambiente monástico. O ritmo sombrio e pousado do filme contribui para isso, mas poderá afastar alguns espectadores. Contudo, Beauvois demonstra que esse é um risco calculado: “Vivemos numa sociedade onde tudo são clips e publicidade. É preciso fazer tudo depressa, depressa, depressa”, lamenta.

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“De Deuses e Homens” tem tido boas críticas por parte da imprensa e compete com alguns dos mais cotados filmes da actualidade, incluindo a mais recente produção de Manoel Oliveira, na edição deste ano do festival de Cannes. 

 

Filipe d'Avillez
© SNPC | Atualizado em 27.10.10

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