Desenvolvimento
Mundial de futebol: Holanda vai vencer a Espanha... em justiça social
Neste domingo disputa-se a final do campeonato do mundo de futebol, numa partida entre a Holanda e a Espanha. Se os golos que valessem fossem a justiça social, os Países Baixos seriam campeões.
A Espanha, por seu lado, ficaria em segundo lugar, mesmo à frente da Alemanha - neste caso, os resultados coincidem...
O site do Movimento para o Desenvolvimento Mundial disponibiliza um site dedicado especialmente àqueles adeptos cuja seleção já foi eliminada do campeonato do mundo de futebol.
Em “Who should I chear for?” [Por quem devo torcer?] o adepto com preocupações éticas pode comparar o ranking de justiça social dos 32 países participantes e comparar as seleções que se defrontam.
As primeiras cinco já foram eliminadas, deixando a Holanda, em sexto lugar, no topo da lista.
Num ranking que os autores do site admitem não ser científico, são valorizados aspetos como a igualdade, a presença de mulheres no Governo e contribuição para o aquecimento global.
Treinador da Holanda, Bert van Marwijk e Robin van Persie, no fim do jogo que deu o acesso à final. AP Photo
Com base nestes critérios o primeiro lugar da lista pertence ao Gana, enquanto que em último lugar estão os Estados Unidos. A Coreia do Norte aparece em 32º, mas porque não foi possível reunir dados sobre o país.
Os países ricos são penalizados por reservarem pouco do seu rendimento à ajuda humanitária e por gastar excessivamente em recursos militares.
A simpatia pelos mais fracos e pobres também tem algum peso. “Gostamos de torcer pelos mais fracos, por isso atribuímos mais pontos aos países pobres. Igualmente, damos mais apoio aos países que se qualificaram para o mundial, apesar de muitos dos seus cidadãos passarem fome”.
Getty Images
O site também explica porque é que o Gana se encontra em primeiro lugar e os EUA em último. O Gana “gasta muito pouco nas forças armadas e tem um baixíssimo nível de emissões de carbono. É um país pobre com muita fome. O país da África Ocidental está a meio da tabela no que diz respeito a mulheres no Governo e só tem maus resultados na mortalidade materna”.
Já os EUA “são o país mais rico, com mais emissões de carbono e que gasta mais dinheiro em recursos militares. Perde pontos por causa dos altos níveis de desigualdade e por dar pouco dinheiro em ajuda humanitária. Apesar da riqueza não passa do meio da tabela para a mortalidade materna e presença de mulheres no Governo”.
Filipe d'Avillez
In Rádio Renascença
08.07.10
