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Cultura

Igreja católica: «Não sei porque é que estamos tão pouco no teatro»

A encenadora do musical "Wojtyla", uma evocação do Papa João Paulo II que esteve em cena em Lisboa e Porto entre 17 e 27 de fevereiro, afirmou que «pode e deve haver mais presença cristã no teatro».

«A fé foi sempre tão inspiradora da arte que não sei porque é que estamos [Igreja católica] tão pouco no teatro», disse Matilde Trocado à Agência Ecclesia.

No entender da encenadora de 30 anos, as peças representadas em Portugal são frequentemente «muito pesadas», levando os espectadores a sair da sala «com o peso do mundo às costas».

«Há poucas coisas positivas e eu gostava de fazer mais, não só temas marcadamente cristãos como também realizações mais simples onde se transmitam esses valores», declarou a autora de "Wojtyla", que guarda reserva sobre os projetos que tem em mente.

Matilde Trocado estranha que a Igreja não aproveite a oportunidade de veicular a sua mensagem através do teatro, quando, como se verificou no caso de deste musical, a procura excede as expectativas.

O espetáculo, que foi apresentado pela primeira vez em 2010, no Estoril (patriarcado de Lisboa), é cantado e dançado ao vivo, inspirando-se na vida de Karol Wojtyla, nascido na Polónia em 1920 e Papa desde 1978 até à data da morte, 2 de abril de 2005.

Aos sete espetáculos inicialmente previstos para Lisboa e Porto (nos teatros Tivoli e Sá da Bandeira), juntaram-se quatro sessões extra, sempre com a lotação esgotada, num total de 11 mil espectadores.

Este ciclo possibilitou a atores amadores representarem em teatros com tradição: «Foi uma experiência extraordinária, não só pelas salas», mas também por poderem «evangelizar», realçou Matilde Trocado.

A estudante do mestrado em encenação sublinhou que o projeto «foi sempre rezado», com orações antes e depois dos ensaios, além de catequeses sobre a vida de João Paulo II e explicações acerca das letras das músicas cantadas em palco.

A encenadora, que tem recebido pedidos de vários pontos do continente e ilhas para apresentar o espetáculo, considera que «maio vai ser um mês muito especial» para quem integra o projeto, já que no dia 1 decorre a beatificação de João Paulo II, no Vaticano.

«Foi um privilégio ter sido anunciada a beatificação no dia em que estávamos a ensaiar», referiu Matilde Trocado, que não sabe se a equipa vai assinalar aquela data - entre as hipóteses inclui-se uma representação ou a viagem até Roma para participar na celebração.

A reposição de "Wojtyla" está a ser equacionada com «algum cuidado», ainda que os atores tenham estabelecido «uma relação muito forte» e, no fim da última representação, a 27 de fevereiro, no Porto, alguns se tenham inquietado com a possibilidade de ser a última.

«Este espetáculo é feito por alunos universitários, cuja prioridade na vida tem de ser estudar e ter boas notas, pelo que não podem inverter estes objetivos para andar a reboque de um espetáculo», justificou a encenadora.

Os ensaios e as representações são «muito intensos», obrigando os jovens a diminuírem o ritmo do estudo e a faltar às aulas, sendo necessário «um discernimento delicado», explicou Matilde Trocado.

A equipa de "Wojtyla" integra 28 atores, 12 músicos, 10 membros da produção e oito técnicos, além de pessoal de apoio, totalizando cerca de 70 pessoas, das quais 60 são voluntárias.

 

Rui Martins
In Agência Ecclesia
06.03.11

Foto
Adam Burn/fstop/Corbis




























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