Vemos, ouvimos e lemos
São Paulo, hoje

Tópicos actuais duma Pastoral paulina

Na única luz da Páscoa de Cristo

Nos Actos dos Apóstolos, São Lucas narra a dado passo que dois príncipes judeus, Agripa e Berenice, chegaram a Cesareia, onde se encontraram com o procurador romano Festo, que lhes falou de Paulo. O apóstolo estava ali preso, à espera de seguir para Roma, onde seria julgado. Importante como primeiro “tópico” que retenho, é a apresentação que Festo faz de Paulo: “Postos em frente dele, os acusadores não alegaram nenhum dos crimes que eu pudesse suspeitar; só tinham com ele discussões acerca da sua religião e de um certo Jesus, que morreu e Paulo afirma estar vivo” (Act 25, 18-19).

Tudo interessante, tudo de extrema actualidade, neste passo. Importante que Pórcio Festo, procurador da Judeia em 59-60, através da pena e da teologia de Lucas, tenha evidenciado ao mesmo tempo perplexidade e precisão sobre a convicção de Paulo e a acusação que sofria; importante que para o narrador, antigo discípulo de Paulo, tudo se concentrasse na ressurreição de Cristo.

A irredutível novidade cristã – do “cristianismo”, se quisermos – está absolutamente aqui. A força e a actualidade de Paulo residem também no facto de o ter percebido e dito de modo inigualável.

Revendo o que tem sucedido desde então, pastoralmente falando, reparamos na tensão constante entre a religiosidade espontânea, que pretende sobretudo conservar o que está, mesmo projectado identicamente num “além” demasiado “aquém”, e a religião de Cristo, sempre fundada na Páscoa, como espantosa novidade. Como vida oferecida, como critério e juízo, a diferença é tal em relação aos sentimentos imediatos, mesmo “religiosos”, que a tendência é mais para a diluirmos do que para nos mudarmos a partir dela. Na vida e nos escritos de Paulo esta diferença é tão forte e constante que nunca permitiu que fosse reduzido a “santo popular”…

A esta constatação outras se juntam. Século após século, os autênticos “reformadores” têm insistido como Paulo na necessidade e urgência de viver e conviver a partir do princípio novo – e “novíssimo” – que tudo ganha na Páscoa de Cristo, muito além de critérios que tomem por absoluto o que é relativo e por definitivo o que é passageiro. Quando Paulo é definido como o que afirma que “um certo Jesus, que morreu, está vivo”, define-nos a nós, cristãos, como os que o afirmamos também, sendo necessariamente pouco consensuais e conformistas com tudo o que não seja visto a partir da vitória de Cristo sobre a morte.

Pastoralmente falando e pastoralmente sentindo… Diariamente somos confrontados, paróquia a paróquia, sector a sector, com questões idênticas às que Paulo levantava ou tentava resolver nas suas próprias comunidades. Questões que se resumem afinal na nossa definição a partir da Páscoa e não “antes” dela. Questões irrecusáveis e que só deixariam de o ser se nós desistíssemos de ser cristãos. Cristãos à maneira de Paulo.

Tudo quanto se refere à iniciação cristã, em torno de Baptismos, Crismas e Comunhões… Tudo quanto se refere à vida eclesial, do Matrimónio à Ordem e à Consagração religiosa e laical… Tudo quanto nos deve acompanhar sacramentalmente, com especial referência à Reconciliação e à Unção dos Enfermos... Tudo o que define o ser cristão, como existência para Deus enquanto filhos e para os outros como irmãos, na comunidade cristã e na sociedade secular… Tudo tem em Paulo um ponto de partida absoluto: Cristo. Cristo morto e ressuscitado, e assim mesmo recebido e partilhado na comunidade cristã e desta para o mundo. Com todo o acolhimento que devemos aos outros e às suas solicitações espontâneas e costumeiras, nada nos pode dispensar de lhes apresentarmos Cristo e a novidade que Ele nos oferece e propõe: morte e ressurreição, vida nova num Espírito novo. As questões ditas “pastorais” são basicamente questões de identidade cristã.

De Cristo soube Saulo-Paulo e disso mesmo foi apóstolo. Apenas d’Ele viveu e quis falar, com tal radicalidade e veemência que nenhuma “religiosidade popular”, na acepção fraca do termo, o conseguiu reduzir. Paulo não “sagra a Primavera”, anuncia uma Páscoa irrepetível!

 

Em constante tensão escatológica

Leiamos o primeiro texto do Novo Testamento. Oiçamos como Paulo descreve o que aconteceu em Tessalónica, no princípio dos anos cinquenta: “Vós fizestes-vos imitadores nossos e do Senhor, acolhendo a Palavra em plena tribulação, com a alegria do Espírito Santo, tendo-vos, assim tornado um modelo para todos os crentes na Macedónia e na Acaia. Na verdade, partindo de vós, a palavra do Senhor não só ecoou na Macedónia e na Acaia, mas por toda a parte se propagou a fama da vossa fé…” (1 Ts 1, 6-8).

Importantíssima referência, padrão original duma comunidade cristã em expansão. Foi pascalmente que os tessalonicenses assumiram o destino de Cristo e de Paulo, em verdadeira imitação deles. Morte e vida traduziram-se nos novos crentes em tribulação pela Palavra acolhida e em alegria pelo Espírito recebido. Assim seguiram Cristo e o seu apóstolo; e assim, pascalmente sempre, se tornaram exemplo para outros, expandindo a Palavra pelas regiões vizinhas. Palavra recebida e testemunhada na vida, Palavra convincente e vencedora.

Palavra final, também. Nos versículos seguintes, Paulo resume em poucas linhas o que acontecera com os crentes de Tessalónica: “como vos convertestes dos ídolos a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro e para aguardardes dos Céus o seu Filho, que Ele ressuscitou de entre os mortos…” (1 Ts 1, 9-10). Tal conversão e tal espera definem a comunidade de Tessalónica. Duas notas que devem definir também qualquer das nossas comunidades actuais: quem se converte a Cristo, converte-se a outra vida, outros critérios de apreciação e prática, e não espera senão a Ele mesmo.

Assim fora com Paulo. Não que se tivesse convertido dos ídolos a Deus, uma vez que provinha do judaísmo mais estrito. Mas convertera-se à revelação absoluta da misericórdia divina, realizada em Cristo, e fizera-o com total adesão e mudança pessoal. A intensidade dessa mudança aparece repetidamente nos escritos paulinos, encontrando em Fl 3,7 ss as palavras mais incisivas e directamente pascais: “Tudo quanto para mim era ganho, isso mesmo considerei perda por causa de Cristo. […] Assim posso conhecê-lo a Ele, na força da sua ressurreição e na comunhão com os seus sofrimentos, conformando-me com Ele na morte, para ver se atinjo a ressurreição de entre os mortos”.

Fica claro que, para Paulo, o conhecimento de Cristo significa a experiência pascal, a participação plena na sua morte e ressurreição. Cristo não “ajuda” a efectivação das nossas esperanças e desejos, como o fariam os ídolos antigos e modernos; muito pelo contrário, Ele próprio se constitui como nosso desejo e esperança. Por isso Paulo continua: “Não que já o tenha alcançado ou já seja perfeito; mas corro, para ver se o alcanço, já que fui alcançado por Cristo Jesus” (Fl. 3, 12).  
   
Para os seus discípulos, vindos do judaísmo ou da gentilidade, Cristo torna-se no absoluto da vida. Passarão a viver d’Ele, como vida oferecida por Deus [Pai]. São frases ardentes, não só de declaração mas sobretudo de inserção, própria e dos destinatários, estas de 2 Cor 5, 14 ss: “Sim, o amor de Cristo nos absorve completamente, ao pensar que um só morreu por todos e, portanto, todos morreram. Ele morreu por todos a fim de que, os que vivem, não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. […] Por isso, se alguém está em Cristo, é uma nova criação. O que era antigo passou; eis que surgiram coisas novas”. Esta a diferença abissal entre a conversão autêntica e a religião meramente pretextual…

Pastoralmente, o desafio é hoje tão grande como o foi para Paulo, em relação às suas comunidades. Lê-lo e ouvi-lo é constatar o esforço incessante da sua parte em evidenciar a novidade cristã a ouvintes muito propensos em retornar ao que antes conheciam, mesmo “religiosamente”, ou ainda desejavam, muito “naturalmente”. Pessoalmente, estremeço sempre, por mim e por aqueles com quem celebro, ao ouvir em cada celebração eucarística estas exclamações: “Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!”. E também: “… enquanto esperamos a vinda gloriosa de Jesus Cristo nosso Salvador”. – Sentimos realmente tanta urgência?

Manter e avivar a tensão escatológica das nossas comunidades é um tópico pastoral tão paulino como indispensável. Não se trata de iludir problemas e encargos quotidianos, mas de preenchê-los com a esperança de quem vive agora “do fim para o princípio”, de Cristo e para Cristo, realizando a Páscoa como finalidade e critério de tudo, pessoal, eclesial e socialmente.

Esperança activa, ou antes “performativa”, nesta luminosa passagem da encíclica que Bento XVI dedicou à segunda virtude teologal: “Em linguagem actual, dir-se-ia: a mensagem cristã não era só ‘informativa’, mas ‘performativa’. Significa isto que o Evangelho não é apenas uma comunicação de realidades que se podem saber, mas uma comunicação que gera factos e muda a vida. A porta tenebrosa do tempo, do futuro, foi aberta de par em par. Quem tem esperança, vive diversamente; foi-lhe dada uma vida nova”.

Religião do Verbo Incarnado, o Cristianismo realiza-se “dito e feito”. Por isso mesmo, todas as figuras inaugurais das sucessivas campanhas evangelizadoras retomaram no seu tempo a forma transtemporal de Cristo. Assim com Paulo na primeira evangelização; assim com Antão, no início da vida monástica, e depois com Bento, na segunda evangelização da Europa; assim com Francisco de Assis, quando renasceu a Europa das cidades e do comércio; assim com Inácio de Loiola ou Vicente de Paulo, em tempos já modernos; assim com Carlos de Foucauld ou Teresa de Calcutá, mais perto de nós… Todos eles, como muitíssimos outros e outras, se realizaram pascalmente, em vidas definitivamente entregues e por isso renascidas. Não esperaram mais do que “alcançar Quem os alcançara”, em adesão total de sentimento, inteligência e vontade.

A nossa maior urgência pastoral é a de proporcionarmos a quem nos procura ou a quem procurarmos, com a veemência e o afecto de Paulo, a oportunidade de vislumbrar o que a sua existência pode ser, se for a de Cristo em si, apurando o desejo e realizando a esperança. Toda a paciência e persistência são necessárias, respondendo por vezes a solicitações impossíveis e a pedidos inoportunos. Por isso Paulo se comparava a uma “mãe” ou um “pai”, conduzindo os filhos. Desde o seu primeiro escrito: “Fomos afectuosos no meio de vós, como uma mãe que acalenta os seus filhos quando os alimenta. […] Sabeis que, tal como um pai trata cada um dos seus filhos, também a cada um de vós exortámos, encorajámos e advertimos a caminhar de maneira digna de Deus, que vos chama ao seu reino e à sua glória” (1 Ts 2, 7.11-12). Trata-se de “pastoral”, traduzindo em sentimentos maternos e paternos o que o próprio Cristo “bom pastor” diz de si mesmo em relação às suas “ovelhas” (cf. Jo 10). (Recordo-me, a propósito, de ter perguntado há anos a uma mãe porque é que os jovens gostavam tanto de João Paulo II, o qual, aliás, não poupava palavras de grande exigência evangélica. A resposta foi imediata: “Porque percebem que ele gosta deles!”.)

Os encontros evangélicos com Cristo foram sempre definitivos, sem divisão nem adiamento. Com Ele é tudo, porque realmente não há mais nada. A pregação de Paulo está cheia de semelhante radicalidade e urgência. O tempo cristão só se vive como fim, como absorção e expansão da finalidade que as vidas e o mundo alcançam na Páscoa de Cristo. Tudo o que ainda não for isto, é perda de tempo e insignificância de vida. Assim o sentia Paulo, não adoçando os termos: “Tudo quanto para mim era ganho, isso mesmo considerei perda por causa de Cristo. Sim, considero que tudo isso foi mesmo perda, por causa da maravilha que é o conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor: por causa dele, tudo perdi e considero esterco, a fim de ganhar a Cristo…” (Fl 3, 7-8). E de modo definitivo, mesmo em relação a antigas práticas e crenças: “Tudo isto não é mais que uma sombra das coisas que hão-de vir; a realidade está em Cristo” (Cl 3, 17).

 

Numa Igreja só, corpo para o mundo

Um terceiro “tópico” tem a ver com a geografia, física e humana. Com um esclarecimento estratégico sobre a evangelização de Paulo. De facto, a partir do pequeno grupo de tessalonicenses convertidos com a sua pregação, a Palavra circulava já na Macedónia, na Acaia e além delas…

O que se diz em relação a Tessalónica da Macedónia diga-se também de Antioquia da Síria, Pafos de Chipre, Corinto da Acaia, Éfeso da Ásia… A este propósito, elucida-nos Marie-Françoise Baslez: “Ele não se esforçou por ocupar o maior espaço possível, mas antes por criar pólos cristãos, utilizando a infra-estrutura do Império para transmitir o seu Evangelho. Em suma, Paulo passou pelas capitais provinciais do Oriente romano. […] As capitais provinciais eram pólos de reunião para os habitantes da região que lá iam regularmente […]. Sobretudo, como ele explica na sua Carta aos Tessalonicenses, utiliza as redes de difusão das notícias […]. Pode calcular-se em cerca de três centenas de quilómetros a circulação da informação a partir de uma capital. […] Compreende-se por que motivo Paulo se deteve tão longamente nestas capitais, que eram nós de comunicação e retransmissoras de informações; por isso, ficou dezoito meses em Corinto e três anos em Éfeso”.

Saliento este tópico, no actual contexto demográfico, de multidões tão concentradas urbanisticamente como socialmente dispersas. Às comunidades fixas sucederam-se as móveis e as articulações fazem-se de outro modo: pela escola e pelo trabalho, pelo lazer e pelos media… Toda a nossa pastoral assenta ainda e sobretudo em bases territoriais, mas hoje os “territórios” vão muito além da geografia física, que terá sempre de ser alguma.

A inspiração paulina há-de levar-nos a detectar os novos pontos-chave de concretização e difusão evangélicas. A conjugação da comunidade situada com as redes mediáticas, as famílias, as associações e os movimentos, terá de ser igualmente certeira. A nova evangelização, como a primeira, não se fará por ocupação maciça do espaço mas por expansão dinâmica das (con)vivências.  Uma ou mais famílias num prédio ou num bairro, um movimento numa escola ou num meio sócio-profissional específico, uma presença nos media ou na Internet, corresponderão às cidades escolhidas pela argúcia evangelizadora de Paulo. Também por isso as próprias comunidades territoriais (dioceses e paróquias) terão de (con)viver cada vez mais em rede e abertura com outras agregações menores ou mais largas, com um ritmo muito mais acelerado de sugestão e notícia.

A pastoral paulina contava com uma rede ampla e personalizada de colaboradores, como ressalta dos preciosos versículos de saudação, muito importantes nas suas cartas. Importantes por nos manifestarem a intensidade afectiva com que se relacionava com todos “em Cristo”. E eclesiologicamente relevantes, porque nos mostram na prática o que também nos declara na doutrina. Quanto a esta, a comunidade é um “corpo”, em que o Ressuscitado e os baptizados vivem no mesmo Espírito e cooperam na mesma actividade segundo o carisma de cada um: “A cada um é dada a manifestação do Espírito, para proveito comum. […] Pois, como o corpo é um só e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, constituem um só corpo, assim também Cristo. De facto, num só Espírito fomos todos baptizados para formar um só corpo, judeus e gregos, escravos ou livres, e todos bebemos de um só Espírito” (1 Cor 12, 7.12-13). Quanto ao relacionamento e cooperação entre Paulo e os outros cristãos, basta lermos na Carta aos Romanos: “Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que também é diaconisa [= servidora] na Igreja de Cêncreas: recebei-a no Senhor, de um modo digno dos santos, e assisti-a nas actividades em que precisar de vós. Pois também ela tem sido uma protectora para muitos e para mim pessoalmente. Saudai Prisca e Áquila, meus colaboradores em Cristo Jesus, pessoas que, pela minha vida, expuseram a sua cabeça. Não sou apenas eu a estar-lhes agradecido, mas todas as igrejas dos gentios. Saudai também a igreja que se reúne em casa deles. Saudai o meu querido Epéneto, o primeiro fruto da Ásia para Cristo. Saudai Maria, que tanto se afadigou por vós. Saudai Andrónico e Júnia, meus companheiros de prisão, que tão notáveis são entre os apóstolos e que, inclusivamente, se tornaram cristãos antes de mim…” (Rm 16, 1 ss).

Não podia ser mais revelador e estimulante: uma “servidora” da Igreja, da Grécia a Roma; um casal “colaborador” de Paulo, cuja casa acolhia a comunidade; vários cristãos e cristãs igualmente dedicados ao testemunho evangélico. A constituição de comunidades, fixas ou “em rede”, missionárias para perto ou para longe, em que cada um dos seus membros, na variedade dos carismas e ministérios, pessoal ou familiarmente, tenha nome e trabalho “no Senhor”, é um tópico paulino igualmente inadiável. Nas circunstâncias e necessidades actuais reencontramos aí a verdade e a projecção da Igreja.

 

Tópicos de acção

Permito-me juntar aqui cinco alíneas, que apresentei ao Clero do Porto na conclusão das Jornadas Pastorais (16 de Janeiro de 2009). Querem-se todas de inspiração paulina: 

a) No actual momento, com a inspiração de S. Paulo e em ordem à missão (Nova Evangelização), devemos alcançar comunidades de participação carismática e ministerial generalizada e não só de oferta por alguns e procura por outros de “serviços religiosos”. Não é fácil atingir este objectivo, porque a predisposição natural no campo “religioso” é de achar que há pessoas destacadas para garantir a protecção divina ao comum dos mortais, dispensando-se os outros de responsabilidades efectivas. Pelo contrário, temos de avivar a memória baptismal de cada cristão como “membro de Cristo, sacerdote, profeta e rei”.

b) A paixão de Paulo une Cristo e a Igreja, sentindo esta como “Corpo de Cristo”. Na estrada de Damasco, Paulo descobre ao mesmo tempo Cristo vivo e a Sua vida nos discípulos: “Eu sou Jesus a quem tu persegues…”. Corpo vivo e, por isso mesmo, expansivo. É fundamental que a iniciação cristã leve cada um dos membros das nossas comunidades à mesma experiência e ao mesmo compromisso evangelizador.

c) A cooperação de todos e cada um é imprescindível. Não só por sermos poucos, os padres, mas porque a evangelização tem de ser feita local a local e meio a meio, de proximidade comum ou mediática. Começando pelas famílias, base e padrão da familiaridade eclesial. A paróquia é “família de famílias” (João Paulo II), no reconhecimento mútuo e na cooperação eclesial, designadamente entre os que pelo sacramento do Matrimónio criam famílias de parentesco e os que pelo sacramento da Ordem servem a família dos filhos de Deus.

d) Como Cristo, dirigindo-se á multidão e na pequena “escola dos discípulos”, temos de falar a todos e estimular mais proximamente alguns, porque a dinâmica evangelizadora é a do “fermento na massa”. Assim fazia também Paulo, anunciando em geral, contando com cooperadores e animando as comunidades.

e) Crescendo juntos em Nova Evangelização (no ardor, nos métodos e nas expressões) reencontramo-nos como Igreja para o mundo e nas vocações específicas de cada um, dentro da vocação comum à santidade e à missão.    

D. Manuel Clemente
Bispo do Porto

in Diocese do Porto

02.02.2009

 

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