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Arcebispo de Braga abre festival de cinema Flumenfest

Imagem D.R.

Arcebispo de Braga abre festival de cinema Flumenfest

O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, participa esta terça-feira na abertura do Flumenfest, 1.º Festival Internacional de Cinema do Minho, organizado pela arquidiocese, marcando também presença na cerimónia de atribuição dos prémios, marcada para sábado.

Em declarações ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), Inês Gil, que organiza a iniciativa com o padre Marc Monteiro, explicou que os filmes escolhidos «refletem sobre a sociedade atual e a família», convergindo neste último tema com o debate que tem mobilizado a Igreja católica.

«Muitos dos trabalhos questionam a relação entre pai e filho, com as suas tensões e incompreensões, reencontros e desencontros, o que mostra como também o cinema se detém sobre as famílias monoparentais ou de pessoas que se casam novamente», assinalou.

Ainda no domínio da família, o festival incide em obras sobre os primeiros anos de vida, mostrando «como a infância não é sempre dourada, mas a inocência está sempre pronta a salvar o que é difícil viver».

Entre as seis longas-metragens e as 20 curtas que vão ser exibidas gratuitamente no Auditório Vita, em Braga, a organização fez uma seleção tripartida, para públicos até ao 9.º ano de escolaridade, 12.º ano e adultos.

«Há filmes que não são apropriados para os mais novos por poderem ser emocionalmente violentos, e cada idade tem o seu ritmo de interiorização da vida», afirmou Inês Gil, que integra o Grupo de Cinema do SNPC.

A programação abrange também sessões em escolas, contribuindo para a educação cinematográfica do público juvenil: «Pretendemos mostrar aos jovens que o cinema não é só o que veem na televisão ou nas salas, não é só o cinema comercial, que, infelizmente, é o único que conhecem».

«Vamos mostrar os filmes às escolas com a presença dos realizadores que vierem ao festival, e vamos fazer um enquadramento da estética, da técnica e da história do cinema, para que os jovens vejam os filmes com um olhar que não seja só o de se deixarem levar pela narrativa», observou a professora de Cinema.

Para Inês Gil, a Sétima Arte constitui «um meio que permite pensar sobre o mundo, a vida; não é só divertimento, mas é um excelente meio de reflexão».

O troféu a entregar às obras premiadas foi desenhado por José Manuel Ribeiro, realizador de animação "A suspeita", estatueta «que reflete muito o encontro entre o Minho e o cinema».

A escolha dos prémios a conceder à melhor das longas (2500 euros) e das curtas (1250 euros) será feita pelo padre João Paulo Costa, Rui Prata, fundador do festival de fotografia Encontros da Imagem (Braga), Carla Gonçalves (membro da organização do festival de cinema independente IndieLisboa), Teresa Vasconcelos (Movimento Graal) e Luís Silva Pereira.

Também com dotação financeira, embora menor, incluem-se os prémios Universidade, com júri formado por estudantes das Universidades Católica e do Minho, e FlumenJúnior, a atribuir por alunos até ao 12.º ano. O palmarés completa-se com o prémio atribuído pelo público, sem valor monetário.

A programação paralela às exibições abrange três instalações, irlandesa, coreana e portuguesa, na «belíssima» livraria "Centésima Página", em Braga, onde os visitantes se deparam com uma «atmosfera histórica e cultural que combina muito bem com as exposições», apontou Inês Gil.

Uma das instalações centra-se na «condição humana»; noutra são recriados, em animação, quadros do pintor holandês do séc. XVII Vermeer; Inês Gil, por seu lado, propõe uma reflexão sobre «o mistério da vida», a bioética, a manipulação genética e a espiritualidade.

A agenda prevê, ainda, concertos de diferentes géneros musicais, começando pelo Grupo de Câmara do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian - Braga, no primeiro dia do festival, logo após o discurso de abertura,

Manuel Fúria e os Náufragos sobem ao palco a 6 de março, e no dia seguinte, após a entrega dos prémios, é a vez da banda Tochapestana. Ambos os concertos decorrem na "Toca", «espaço alternativo que contrasta muito com a diocese» e que proporciona «uma tensão positiva e criativa» com o ambiente eclesial, disse Inês Gil.

Também no dia 6 está programada a mesa-redonda "O cinema como encontro com o outro", em que intervém João Duque, presidente do Centro Regional de Braga da Universidade Católica e diretor-adjunto da sua Faculdade de Teologia, e os padres João Paulo Costa e José Tolentino Mendonça.

O apoio monetário mais importante do Flumenfest é proveniente da arquidicoese de Braga, revelou Inês Gil, que qualificou de «muito difícil» o financiamento do festival, dificuldade atenuada com «o grande apoio» da Câmara Municipal de Braga, o maior patrocinador não eclesial, além de recursos concedidos por entidades privadas.

«A ideia não é fazer dinheiro, como é óbvio», sublinhou a cineasta, acrescentando que a intenção dos organizadores foi «oferecer o festival» na sua primeira edição.



 

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 02.03.2015

 

 

 
Imagem D.R.
«Vamos mostrar os filmes às escolas com a presença dos realizadores que vierem ao festival, e vamos fazer um enquadramento da estética, da técnica e da história do cinema, para que os jovens vejam os filmes com um olhar que não seja só o de se deixarem levar pela narrativa»
No dia 6 está programada a mesa-redonda "O cinema como encontro com o outro", em que intervém João Duque, presidente do Centro Regional de Braga da Universidade Católica e diretor-adjunto da sua Faculdade de Teologia, e os padres João Paulo Costa e José Tolentino Mendonça
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