“E o espírito voltará a Deus” é o título de um ciclo de encenações de textos bíblicos selecionados por personalidades ligadas ao cristianismo e à cultura que começou este sábado no mosteiro da Batalha.

O bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, escolheu as “obras de misericórdia”, de acordo com o Evangelho segundo S. Mateus, enquanto o encenador Luís Miguel Cintra optou pelo texto do Eclesiastes (versão de Damião de Góis), por sugestão de Tolentino de Mendonça, refere a página da diocese de Leiria-Fátima.

Por seu lado, o teólogo e biblista frei Carreira das Neves apontou para o “hino ao amor”, extraído da primeira carta de S. Paulo aos Coríntios, ao passo que o jornalista e investigador António Marujo preferiu o “Cântico dos Cânticos”, livro do Antigo Testamento, e as bem-aventuranças, segundo Mateus e Lucas, do Novo Testamento.

Também Joaquim Ruivo, diretor do mosteiro da Batalha, entidade organizadora, foi convidado a participar na iniciativa, tendo escolhido o último livro da Bíblia, o Apocalipse, comummente atribuído a S. João.

No comentário ao texto bíblico escolhido, pedido a todos os participantes, D. António Marto sublinhou que a passagem das “obras de misericórdia” constitui «uma das páginas mais fascinantes da literatura universal, um texto grandioso e vibrante no plano religioso, espiritual e ético», que «não se pode ler ou escutar sem permanecer com a respiração suspensa e com alma inquieta».

A par da escolha dos textos, foram dirigidos convites a companhias teatrais para os encenarem: Luís Miguel Cintra, a João Lázaro e ao “Te-Ato”, a Pedro Oliveira e ao “Nariz”, a Frédéric Cruz e ao “Leirena”, e a Tobias Monteiro e à “Kind of Black Box”.

Depois de neste sábado terem sido apresentadas “As obras de misericórdia”, o programa prossegue no dia 30 de setembro (1.ª carta de S. Paulo aos Coríntios), 8 de outubro (Apocalipse), 15 de outubro (As bem-aventuranças) e 22 de outubro (Eclesiastes).

A iniciativa “E o espírito voltará a Deus”, que decorre às 21h00 nas Capelas Imperfeitas, com entrada livre, conta com o apoio da paróquia e câmara municipal da Batalha, da Caixa de Crédito Agrícola da cidade e do Jornal de Leiria.