Ao sexto dia do mês de dezembro do Ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de dois mil e quinze, terceiro ano do pontificado se Sua Santidade o Papa Francisco, foi solenemente Dedicada a Capela Imaculada do Seminário de Nossa Senhora da Conceição, em Braga, por Sua Excelência Reverendíssima o senhor Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas, D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga.

Resposta contemporânea a solicitações pastorais

Construída há sessenta cinco anos, em pleno período sequente à segunda guerra mundial, procurava então responder às necessidades de uma comunidade crescente, não mais tendo sofrido qualquer intervenção de restauro. Apresentando sinais preocupantes de degradação ao nível das matérias e das estruturas, justificou um projeto de intervenção sob a responsabilidade dos formadores dos Seminários Arquidiocesanos, acompanhamento das comissões arquidiocesanas competentes, elaboração da empresa de arquitetura Cerejeira Fontes Arquitetos, e execução da Costeira Empreiteiros, Sociedade de Construções, S.A.

Esta empreitada foi possível porque financiada com fundos comunitários, ao abrigo do Eixo III do programa ON.2, e, sobretudo, pelo empenho pessoal do senhor Arcebispo Primaz e pelo contributo da Arquidiocese, que suportou a despesa remanescente. Iniciada no mês de abril do ano de dois mil e catorze, e terminada no mês de maio do presente ano, a intervenção inspirou-se no mistério da Conceição Imaculada de Maria, e, por feliz coincidência, decorreu durante a celebração dos 90 anos da instalação do Seminário Menor neste edifício. Na fidelidade à sua história, procura ser resposta às solicitações pastorais do tempo presente, e estabelece pontes entre o Divino e o mundo da cultura e da juventude, campos específicos de todo o Seminário Menor.

Na aurora do Ano da Misericórdia

A celebração seguiu o Rito da Dedicação da Igreja e do Altar, inscrito no Pontifical Romano. Por proposta dos jovens seminaristas escutamos a Palavra de Deus, com a primeira leitura retirada do Livro de Neemias (8, 2-10) num apelo à alegria que significa entrar na casa de Deus, a segunda leitura da primeira carta de São Pedro (2, 4-9) que nos convida a ser e viver como pedras vivas numa construção bem ajustada, e o Evangelho segundo São Lucas (19, 1-10) que, na aurora do Ano da Misericórdia, nos recorda o convite a entrar na relação com o mesmo Deus que em nós quer encontrar morada. Depois da homilia, o senhor Arcebispo procedeu à Oração da Dedicação, à Unção e Incensação do altar e da Capela. Seguiu, depois, a celebração com a Liturgia Eucarística. O canto foi preparado e executado pelo Coro do Seminário Conciliar.

O Povo de Deus em Braga foi convidado e esteve presente em número significativo, particularmente os nossos bispos e clero arquidiocesanos; os formadores do Seminário, seminaristas e familiares; os colaboradores, funcionários, amigos, benfeitores e antigos alunos do Seminário. Estiveram, também, presentes as empresas intervenientes na projetação, acompanhamento e execução da obra, bem como as autoridades locais, eclesiásticas, civis, académicas e militares.

Reabrir os portais da esperança

A solenidade deste dia foi assinalada num programa preparatório e conclusivo mais abrangente. Iniciámos a manhã com a recitação solene da oração de Laudes da Dedicação, a que se seguiu a escuta e contemplação de excertos d' "Os portais do mistério da segunda virtude", um poema de Charles Péguy ditos por Luís Miguel Cintra. Seguiu-se e a apresentação de uma instalação videoarte sobre o Mistério da Imaculada, realizado por Inês Gil. O final do dia ficou reservado para a apresentação de duas obras ("Pluralidade de olhares. Seminário de Nossa Senhora da Conceição 90 Anos" publicado em coedição pelo Seminário e pela ASSASB; e "MRAR movimento de renovação da arte religiosa. Os anos de ouro da Arquitetura Religiosa em Portugal no século XX" pelo Arquiteto João Alves da Cunha, com breve alocução sobre a intervenção na Capela Imaculada), e a Oratória à Imaculada, a partir dos cânticos mais conhecidos no reportório de música sacra e litúrgica sobre a Imaculada, interpretados por Teresa Salgueiro.