O Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR), da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, organiza de janeiro a abril um ciclo de cinema centrado nos papas mais próximos do Concílio Vaticano II (1962-1965).

Nos 50 anos do encerramento da assembleia que continua a marcar a Igreja, o CEHR-Porto, em parceria com a paróquia do Santíssimo Sacramento, também na Cidade Invicta, exibirá filmes que relacionam o concílio com os papas S. João XXIII, Beato Paulo VI e S. João Paulo II.

As projeções iniciam-se a 21 de janeiro com a projeção da primeira parte de um documentário sobre a história do concílio, designadamente o seu contexto, preparação,  aspetos mais relevantes das quatro sessões e perspetivas sobre a sua receção entre os católicos.

Realizado em 2009, o documentário de Alberto Melloni e Nicola Vincenti continuará a ser apresentado a 28 de janeiro, sendo as duas sessões introduzidas e comentadas por Adélio Abreu, investigador do CEHR.

O ciclo prossegue com três filmes feitos para televisão, que à semelhança do documentário inaugural serão exibidos em duas partes.

Nos dias 4 e 11 de fevereiro é mostrado "João XXIII: o papa da bondade", dirigido por Giorgio Capitani em 2002, que vai ser comentado por Luís Leal, também do CEHR.

"Paulo VI: o papa na tempestade" é o título do telefilme de Fabrizio Costa (2000) a apresentar nos dias 4 e 11 de março, com análise de Jorge Cunha, da Faculdade de Teologia.

Ambos os pontífices «são em sentido estrito "os papas do Concílio", porquanto foi durante os seus pontificados que a assembleia conciliar se desenvolveu: João XXIII convocou-a, acompanhou a sua preparação e presidiu à sua primeira sessão; Paulo VI presidiu às restantes e dinamizou a sua receção durante mais de uma década», explica a nota de apresentação do ciclo.

A iniciativa termina a 15 e 22 de abril com "Papa João Paulo II", de John Kent Harrisson (2005), comentado por Luís Carlos Amaral (CEHR).

O papa Wojtyla participou no concílio «como bispo e contribuiu decisivamente durante um longo pontificado para a sua receção, a partir da sua eleição em 1978. No seu tempo realizou-se a II Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos de 1985, por ocasião do vigésimo aniversário da conclusão do Concílio».

«Outros pontífices poderiam caber neste significado mais amplo da expressão "papas do Concílio": João Paulo I participou nele como bispo; Bento XVI também nele esteve presente como perito do cardeal Joseph Frings de Colónia e marcou decisivamente a sua receção e hermenêutica como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e depois como pontífice», assinalam os organizadores.

A «brevidade do pontificado de João Paulo I, a inexistência de um filme sobre Bento XVI e o número limitado de sessões previstas» para o ciclo justificam a opção de não apresentar filmes ou documentários sobre estes papas.

As sessões, que decorrem a partir das 21h30 na paróquia do Santíssimo Sacramento (R. Guerra Junqueiro, 600), começam com uma introdução de 10 minutos, seguindo-se a projeção e o debate.

O CEHR, que pelo segundo ano consecutivo organiza um ciclo de cinema (em 2014 foi dedicado ao tema "O religioso no cinema: história(s) e memória(s)"), propõe-se ser um agente de «dinamização (também) cultural da comunidade de que é parte integrante».

Com a iniciativa pretende-se dar «maior visibilidade» ao trabalho desenvolvido pela instituição na região norte, apostando ao mesmo tempo num «movimento descentralizador em relação aos ambientes académicos», bem como numa «presença mais efetiva junto das comunidades locais e dos seus públicos».