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Cinco igrejas abrem portas para o “Open House Lisboa”

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Cinco igrejas abrem portas para o “Open House Lisboa”

A quinta edição do “Open House Lisboa”, que decorre sábado e domingo, vai abrir ao público as portas de 73 espaços da capital, entre os quais cinco igrejas de diferentes épocas.

A iniciativa, organizada pela trienal de Arquitetura de Lisboa e pela autarquia, «integra uma série de pontos elevados para uma visão panorâmica que permite sobrevoar a cidade com o olhar, encontrando as suas diversas escalas e perspetivas», refere o texto de apresentação.

No sábado e domingo será possível visitar livremente, das 14h00 às 16h30, a igreja de S. Domingos (João Frederico Ludovice, Manuel Caetano de Sousa, José Fernando Canas, 1241, 1755, 1996), composta por «uma mistura de estilos com predominância do traço barroco».

«Dos inúmeros incidentes pelos quais passou, o mais marcante foi o incêndio de 1959. Após este episódio, a igreja só volta a reabrir em 1994, mas mantendo deliberadamente visíveis as marcas do fogo nas pedras negras dos altares, ou nas falhas que assinalam o pavimento quebrado pelas altas temperaturas», assinala a organização.

Não obstante «a memória de destruição que o espaço transmite, o seu interior evidencia ainda grande beleza e ecletismo». O roteiro inclui a ala do claustro onde se encontram as sepulturas, o átrio traseiro com o túmulo de Frei Luís de Granada e a sacristia que não foi afetada pelo fogo.

No sábado a visita será orientada às 14h00, 15h00 e 16h00, e no domingo haverá, no mesmo horário, comentários de António Camões Gouveia. O número máximo de participantes por percurso é de duas dezenas.

Construída no local de uma antiga ermida manuelina, a igreja de S. Roque, igualmente participante no programa, é uma obra do arquiteto Afonso Álvares, com o projeto da cobertura e antiga fachada maneirista executado pelo italiano Filippo Terzi.

«Protótipo das igrejas jesuítas portuguesas, pertenceu à Companhia de Jesus e viria a ser doada à Santa Casa da Misericórdia em 1768 na consequência da expulsão dos jesuítas de Portugal. De nave única com capelas laterais intercomunicantes, o seu interior é marcado por uma decoração com talhas, pinturas, azulejos e mármores.»

O roteiro por este «importante conjunto de artes decorativas e barrocas» compreende «um percurso pelo forro do telhado, um extraordinário trabalho com grandes vigas de madeira de casquinha prussiana».

O espaço pode ser visitado livremente no sábado (10h00-12h00; 14h00-16h30) e domingo (9h45-12h00; 14h00-19h00). Estão previstos comentários de Filomena Brito e António Meira no domingo, às 9h45, 10h00, 11h00, 11h30, 15h00 e 16h30. As visitas das 10h00 e 11h30 são a toda a igreja, tendo uma hora de duração. O número máximo de visitantes por grupo é de 30.

«Um dos mais belos exemplos de arquitetura maneirista» da cidade», o mosteiro de S. Vicente de Fora, atual sede do Patriarcado de Lisboa, «é uma obra que tem início em 1582 com D. Filipe I, tendo sido terminada apenas 40 anos mais tarde já no reinado de D. Filipe III». As transformações no conjunto, todavia, estenderam-se até ao séc. XIX.

«De planta longitudinal e nave única, a igreja define-se numa sequência rítmica segundo a qual foram rasgadas pequenas capelas que comunicam entre si. Com um interior notável, merecem destaque os painéis de azulejaria com as fábulas de La Fontaine e o altar barroco», aponta a organização.

O programa da visita do espaço inclui a subida aos terraços para desfrutar de uma vista panorâmica sobre a cidade e o rio Tejo. Os roteiros, previstos para um máximo de 30 pessoas, são orientados, decorrendo no sábado às 14h00, 15h00 e 16h00, e no domingo às 11h00, 12h00, 14h00, 15h00 e 16h00.

«No mesmo local onde D. João II em 1470 havia mandado erguer um mosteiro», foi construído o convento de Santos-o-Novo (Baltasar Alves, Mateus do Couto, 1606, 1617), segundo os princípios do maneirismo e do barroco. Destruído com o terramoto de 1755, teve posteriormente obras de recuperação.

«Num imponente claustro de planta quadrada e área generosa, abrem-se galerias em arcos de volta perfeita que dão lugar às capelas. No seu interior merecem destaque os painéis de azulejo, com detalhes em mármore e talhas que caracterizam a nave única da igreja. Atualmente serve de casa de recolhimento, mantendo o espaço conventual e as várias dependências.»

Concebidas para grupos com um máximo de 30 participantes, as visitas a este edifício situado nas imediações da estação de Santa Apolónia decorrem apenas no sábado, às 10h00, 11h30, 15h00 e 16h30, com orientação de Paulo Costa.

A igreja de Nossa Senhora da Conceição, nos Olivais (Pedro Vieira de Almeida, 1988) é das cinco a mais recente. «O grande volume encaixado na encosta remete para um edifício industrial graças à sua escala e utilização do betão à vista. No exterior a sua entrada discreta sem ornamentação é assinalada apenas por uma cruz.»

No «interior despojado, uma ampla escadaria conduz ao segundo piso onde está o grande salão de culto que alberga o altar ao centro. O piso distribui-se segundo diferentes módulos que marcam os espaços de circulação e de permanência. Como espaços de permanência salientam-se os dois pátios que iluminam o espaço interior, a par das claraboias sobre os percursos no salão de culto, terminando numa parede em tijolo de vidro que filtra a passagem de luz.»

«O edifício explora as potencialidades da luz recebida do exterior como elemento plástico de configuração dos ambientes interiores, sem que nunca exista contacto direto com a rua», conclui o texto de apresentação da igreja, que pode ser percorrida livremente no sábado (10h00-11h30; 15h00-17h30) e domingo (10h00-11h30; 16h00-18h00).

Quem desejar acompanhar o percurso com um guia poderá fazê-lo, em grupos com um máximo de 25 pessoas, no sábado (10h00, 11h00, 15h00, 16h00 e 17h00) e domingo (10h00, 16h00 e 17h00).

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 29.06.2016 | Atualizado em 27.04.2023

 

 

 
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Num imponente claustro de planta quadrada e área generosa, abrem-se galerias em arcos de volta perfeita que dão lugar às capelas. No seu interior merecem destaque os painéis de azulejo, com detalhes em mármore e talhas que caracterizam a nave única da igreja. Atualmente serve de casa de recolhimento, mantendo o espaço conventual e as várias dependências
No «interior despojado, uma ampla escadaria conduz ao segundo piso onde está o grande salão de culto que alberga o altar ao centro. O piso distribui-se segundo diferentes módulos que marcam os espaços de circulação e de permanência. Como espaços de permanência salientam-se os dois pátios que iluminam o espaço interior, a par das claraboias sobre os percursos no salão de culto»
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