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Concertos de Natal regressam às igrejas de Lisboa

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Concertos de Natal regressam às igrejas de Lisboa

A Câmara Municipal de Lisboa volta a assumir, em dezembro, a organização de concertos de Natal, que apesar de nem sempre apresentarem temas de matriz explicitamente cristã, podem ser uma oportunidade de enriquecimento espiritual e cultural.

A edição de 2014, maioritariamente em igrejas da capital, revela «uma profusão de espaços» e «o riquíssimo património eclesiástico da cidade em que arte e espiritualidade convergem numa programação musical de exceção, pela diversidade estilística e temporal das obras que integra, pela elevada qualidade musical dos seus intérpretes», sublinha a nota de apresentação da iniciativa.

No texto, enviado hoje ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, o município endereça uma «palavra de profundo reconhecimento ao Patriarcado, entidade cúmplice, desde o primeiro momento».

O primeiro concerto, intitulado "Do espiritual na arte - Música antiga para uma mística urbana", realiza-se a 7 de dezembro, pelas 16h00, na igreja de S. Nicolau (Rua da Vitória, Baixa).

"Os Músicos do Tejo" apresentam obras de Jean-Joseph Mouret (1682–1738), Louis-Claude Daquin (1694–1772), Marc-Antoine Charpentier (1643–1704), Arcangelo Corelli (1653–1713), Louis-Claude Daquin (1694–1772), Johann Sebastian Bach (1685-1750), Biagio Marini (1594–1693), Johann Wilhelm Hertel (1727–1789) e Antonio Vivaldi (1678-1730).

«A envolvência acústica de variados eixos arquitetónicos e o jogo entre música que se ouve, mas não se vê, reflete o jogo entre a imanência e a permanência, entre terreno e sagrado, fazendo-nos caminhar para a espiritualidade», refere o agrupamento.

A igreja de S. Roque (Largo Trindade Coelho, Bairro Alto), acolhe no dia 12, pelas 21h30, o Coro do Tejo e o Coro de Câmara da Universidade de Lisboa, para o concerto "O Aleluia mais famoso do mundo. A oratória de Händel. O Messias".

Henry Purcell (1659-1695), de que se ouvirá "Magnificat, Z. 231", «foi exímio na criação de efeitos dramáticos e expressivos e produziu música de uma rara beleza, de que o "Magnificat" é testemunha».

«Por seu lado, "O Messias" de Händel é, de certa forma, o primeiro clássico dos clássicos. É a primeira obra que nunca deixou as luzes da ribalta e, desde a sua estreia, continua a deslumbrar-nos», lê-se no roteiro da iniciativa.

"Música francesa para um trio original" é a proposta para 13 de dezembro, às 16h00, na igreja das Mercês (Largo de Jesus, São Bento), com peças de Ernest Chausson (1855-1899), Francis Poulenc (1899-1963), Maurice Emmanuel (1862-1938), François Couperin (1668-1733) e Jacques Ibert (1890-1962), interpretadas pelo Trio Tarantela da Orquestra Sinfónica Juvenil.

Seis cantos de natividade tradicionais portugueses - Fernando Lopes-Graça (1906-1994), "Do varão nasceu a vara" (Beira Litoral), "Dormi menino, dormi (Ilha de São Jorge" (Açores), "Pela noite de Natal" (Beira Baixa), "Inda agora aqui cheguei" (Janeiras, Alentejo), "Deus lhe dê cá boas noites" (Janeiras); e Fernando Lobo (1974), "Ó, ó, menino", ó (Nozedo de Cima – Trás-os-Montes) - integram o programa de "O Natal no mundo: renascimento e contemporâneo".

O Coro Ricercare junta também composições de Estêvão Lopes-Morago (c.1575-c.1635), Howard Helvey (1968), Vaughan Williams (1872-1958), Edmund Jolliffe (1976), Morten Lauridsen (1943), para o concerto de 14 de dezembro, às 16h00, na igreja da Graça.

O Coro Musaico atua a 18 de dezembro, às 18h30, no cinema São Jorge (Av. da Liberdade, 175), em concerto que requer levantamento de bilhete, no dia, a partir das 13h00.

Após a interpretação de obras de Randall Thompson (1899-1984) e Tzvi Avni (1927), é a vez dos Pequenos Cantores do Conservatório Nacional executarem "Oito contos do Natal", de Jorge Croner de Vasconcellos (1910-1974), ciclo com raízes em diferentes regiões do país e que 2014 assinala 40 anos.

O programa prossegue com a Classe de Atelier Musical do Conservatório Nacional, com o programa "Canções para a Paz" composto por obras de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), Allan E. Naplan (1972), Christophe Barratier, Bruno Coulais (1963); (1954) e John Lennon (1940-1980).

Pelas 21h00, também no cinema S. Jorge, o Ensemble Peregrinação oferece peças de Juan Garcia de Salazar (1639-1710), Francisco Guerrero (1528-1599), Matias de Durango (séc. XVII), e o tradicional "Adeste Fideles"; do séc. XIII.

O Coro Geral do Conservatório Nacional prossegue o concerto com obras de George Frideric Händel (1685-1759) e John Fred Coots (1897-1985), entre outros autores.

A Banda da Armada e o Coro de Câmara da Escola Superior de Música de Lisboa tocam no dia 20, às 21h30, na igreja de S. Domingos (Rossio), no programa denominado "Um conto de Natal".

«O concerto convida a uma viagem temporal através da música, evocando grandes obras de compositores célebres que assinalam a época natalícia, desde Camille Saint-Saëns (1835-1921) e Charles Adam (1803-1856) até à contemporaneidade de John Wasson (1956) e Joseph Turrin (1947). Esta viagem musical transporta nas pautas uma mensagem de fé, esperança e solidariedade, num cântico por um mundo melhor», realça a nota de apresentação.

A Orquestra Metropolitana de Lisboa e o Coro Sinfónico Lisboa Cantat encerram o ciclo a 21 de dezembro, às 17h30, no São Luíz Teatro Municipal (Rua António Maria Cardoso, Chiado).

«A composição sacra mais emblemática de Mozart é, sem dúvida, o "Requiem". Porém, em plena quadra natalícia, é mais adequado ouvirem-se duas outras obras monumentais do compositor de Salzburgo, igualmente moldadas em forma de culto cristão»: a "Grande Missa em Dó Menor" e as "Vesperae solennes de confessore".

A primeira, que conduz o ouvinte, «durante cerca de uma hora, por ambientes majestosos», «terá sido composta por iniciativa do próprio compositor, em resultado do voto assumido numa altura em que sua mulher, Constanze, se encontrava doente», assinala o texto explicativo.

«As "Vesperae" dizem-se aqui "solennes" por juntarem os instrumentos à voz, já que esta liturgia das horas era mais vulgarmente cantada "a cappella", todos os dias, ao final da tarde; e, "de confessore", porque celebrariam um santo. O clima de júbilo mantém-se, sempre com a inconfundível assinatura de Mozart. Distingue-se, em particular, o célebre "Laudate Dominum", já perto do final.»

Para este programa exige-se levantamento de bilhete, no dia, a partir das 13h00, com o máximo de dois ingressos por pessoa.

A entrada em todos os concertos é livre, mas está limitada à lotação dos espaços em que são apresentados.

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 01.12.2014 | Atualizado em 27.04.2023

 

 

 
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Seis cantos de natividade tradicionais portugueses - Fernando Lopes-Graça (1906-1994), "Do varão nasceu a vara" (Beira Litoral), "Dormi menino, dormi (Ilha de São Jorge" (Açores), "Pela noite de Natal" (Beira Baixa), "Inda agora aqui cheguei" (Janeiras, Alentejo), "Deus lhe dê cá boas noites" (Janeiras); e Fernando Lobo (1974), "Ó, ó, menino", ó (Nozedo de Cima – Trás-os-Montes) - integram o programa de "O Natal no mundo: renascimento e contemporâneo"
As "Vesperae" dizem-se aqui "solennes" por juntarem os instrumentos à voz, já que esta liturgia das horas era mais vulgarmente cantada "a cappella", todos os dias, ao final da tarde; e, "de confessore", porque celebrariam um santo. O clima de júbilo mantém-se, sempre com a inconfundível assinatura de Mozart. Distingue-se, em particular, o célebre "Laudate Dominum", já perto do final
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