A Cappella Musicale Pontificia Sistina, o coro pessoal do papa, concluiu esta quinta-feira um conjunto de atuações em cidades alemãs ligadas à Reforma protestante, um ano antes de se assinalar o 500.º aniversário daquele movimento.
No último concerto, o coro da Capela Sistina uniu-se ao coro germânico Frauenkirche na cidade de Dresden, durante a celebração da hora litúrgica de Vésperas, retribuindo a visita realizada este ano pelos cantores do coral germânico ao Vaticano.
Em janeiro, o coro Frauenkirche interveio perante o papa Francisco, igualmente na oração de Vésperas, aquando da conclusão da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.
A primeira apresentação do coro da Capela Sistina na Alemanha ocorreu a 17 de maio, em Wittenberg, a cidade de Lutero, tendo-se seguido a deslocação para Berlim, onde estava agendado um encontro com a chanceler Angela Merkel.
Em maio de 2015 o coro papal, dirigido pelo padre Massimo Palombella, exibiu-se em Oxford, juntamente com o coro do New College, e depois em Londres, com o coro da abadia de Westminster; esta formação visitou, mais tarde, o Vaticano, para um concerto na Capela Sistina, durante o qual foram interpretados excertos da tradição católica e anglicana.
Em entrevista ao jornal alemão Die Welt, o maestro afirmou que a missão do coro é a evangelização, tendo acrescentado que há «uma forte continuidade» na relação com a música entre o papa emérito Bento XVI e o papa Francisco, quer na seleção de cânticos para missas presididas pelo pontífice, quer na apreciação quanto à música em geral.
«A nossa viagem à Alemanha tem um significado ecuménico especial. O papa está convencido de que podemos criar uma atmosfera de unidade com a nossa música entre católicos, ortodoxos e protestantes», declarou.
Massimo Palombella revelou que o disco "Cantate Domino", o primeiro a ser gravado na Capela Sistina, tem sido «um grande sucesso», e que a editora, a Deutsche Grammophon, mostra-se satisfeita com a parceria.
O coro continua a preparar o próximo CD, que incluirá uma missa composta por Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525-1594), cujas gravações, também realizadas na Capela Sistina, terminaram recentemente.
Rui Jorge Martins