Eugène Delacroix | Cristo no Mar da Galileia | 1853 | 50.8 x 61 cm | © The Metropolitan Museum of Art, New York | H. O. Havemeyer Collection, Bequest of Mrs. H. O. Havemeyer, 1929 (29.100.131)
Eugène Delacroix (1798-1863) foi, talvez, o mais notável artista do século XIX francês. Se esta parece ser uma afirmação ousada, tendo em conta outros extraordinários competidores, a exposição "Delacroix and the rise of the Modern Art", patente até 22 de maio no museu National Gallery, em Londres, oferece uma fortíssima sustentação àquela tese.
Eugène Delacroix | A expulsão de Adão e Eva do Paraíso | 1844 | 24.1 x 25.4 cm | Musée des Beaux-Arts de Dijon (DG 571) | © Musée des Beaux-Arts de Dijon. Photo Michel Bourquin
O artista, que muito aprendeu a pintar a partir das suas observações de mestres do barroco flamengo, com Rubens à cabeça, foi, ao tempo da sua morte, o mais reverenciado da cena "avant-garde" parisiense, ignorando as convenções pictóricas do seu tempo.
Eugène Delacroix | A lamentação | 1848 | 162.6 x 132.1 cm | © Museum of Fine Arts, Boston, Massachusetts | Gift by contribution in memory of Martin Brimmer, 96.21
Delacroix, para quem «o primeiro mérito de uma pintura é ser uma festa para os olhos», influenciou artistas tão diferentes como os impressionistas, Van Gogh, Gauguin, Courbet, Matisse e Kandinsky, entre outros. Cézanne chegou a afirmar: «Todos nós pintamos na linguagem de Delacroix». Quase dois terços da exposição pertencem a artistas que o admiravam.
Eugène Delacroix | Santo Estêvão levado pelos seus discípulos | 1862 | 46.6 x 38 cm | © The Trustees of the Barber Institute of Fine Arts, University of Birmingham (62.1)
O autor de uma das mais conhecidas pinturas francesas, "A liberdade guiando o povo" (1830), inspirou-se na arte e a literatura - a Bíblia, mas também Dante, Shakespeare, Goethe, Walter Scott e Byron -, assim como no norte de África, onde se entusiasmou por esse mundo exótico e de luz brilhante.
Eugène Delacroix | Cristo na Cruz | 1853 | 73.3 x 59.7 cm | © The National Gallery, London (NG 6433)
Como afirmou o pintor Odilon Redon (1840-1916), «a pintura de Delacroix é o triunfo do sentimento sobre a forma». Delacroix, com efeito, valorizou o efeito dramático, acentuando a intensidade das paixões humanas, e remeteu o rigor do desenho para plano secundário.
Vincent van Gogh | Pietà (after Delacroix) | 1889 | 73 x 60.5 cm | © Van Gogh Museum (Vincent Van Gogh Foundation), Amsterdam (s168V/1962)
As cerca de 60 obras emprestadas para a exposição - outras, muito significativas, não puderam arriscar a viagem, dada a sua fragilidade - foram agrupadas, lado a lado, com quadros de outros artistas - que só por si valem a visita -, mostrando a natureza e a extensão da sua influência ao longo da sua vida, até aos primeiros anos do século XX.