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Há consumo a mais e justiça a menos

O prevalecimento de «critérios unicamente económicos ou financeiros e de atividades dirigidas ao consumo» e a «incapacidade de conciliar a justa distribuição do rendimento com a valorização das perspetivas do desenvolvimento», é uma das «contradições» das sociedades atuais, denunciou hoje o papa.

«É importante realçar que a economia presta um serviço ao bem comum se permanecer ligada à ética, que é a medida universal do autêntico bem humano», declarou Francisco ao receber, no Vaticano, membros da fundação Guido Carli, economista e estadista italiano que se destacou no compromisso pelo bem da coletividade.

Foi a segunda vez esta manhã que o papa criticou o sistema económico dominante; antes, acentuou que «as condições precárias» da «casa comum» que é o planeta «devem-se principalmente a um modelo económico seguido por demasiado tempo. É um modelo voraz, orientado para o lucro, com um horizonte limitado, e baseado na ilusão do crescimento económico ilimitado».

«Ainda que assistamos muitas vezes ao seu desastroso impacto sobre o mundo natural e sobre a vida das pessoas, continuamos ainda relutantes à mudança», assinalou na audiência aos participantes num encontro de industriais da mineração promovido pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

Para Francisco, «a promoção de uma economia circular e a perspetiva “reduzir, reutilizar, reciclar”» estão em consonância com o consumo e os modelos de produção preconizados no 12.º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

«Além disso, as tradições religiosas apresentaram sempre a sobriedade como componente essencial de um estilo de vida ético e responsável», até porque ela «é vital para salvar» o planeta.

Ao aproximar-se o Sínodo para a Amazónia, em outubro, cujas reflexões e propostas se estendem para além da vasta região da América do Sul, o papa apelou ao respeito pelas minorias que habitam as terras alvo de cobiça devido às suas matérias-primas, dado que a população consideram aquelas não como bem económico, mas como dom de Deus, espaço sagrado onde repousam os antepassados: «Exorto todos a respeitar os direitos humanos fundamentais e a voz das pessoas destas belas mas frágeis comunidades».


 

Rui Jorge Martins
Fonte: Sala de Imprensa da Santa Sé
Imagem: K.D.P/Bigstock.com
Publicado em 03.05.2019

 

 
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