"Habitação para o maior número": Novo livro homenageia arquiteto Nuno Teotónio Pereira
O arquiteto Nuno Teotónio Pereira, distinguido com o Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes, atribuído em 2012 pela Igreja católica, é a personalidade homenageada no livro “Habitação para o maior número – Portugal, os anos de 1950-1980”, lançado na segunda-feira.
A sessão, que decorreu em Lisboa, contou com a presença do ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, do secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Miguel de Castro Neto, e do presidente da autarquia da capital, António Costa, revela o site da Ordem dos Arquitetos.
O volume, apresentado por Nuno Portas, que também é o coordenador científico da edição, «informa e reflete sobre as principais políticas públicas, os programas e projectos de habitação social em Portugal entre 1950-1980». bem como «sobre os seus resultados urbanísticos e arquitetónicos, com especial enfoque na cidade de Lisboa».
O livro, que inclui contributos de autores que colaboraram para a melhoria das condições habitacionais de Portugal, constitui uma homenagem a Nuno Teotónio Pereira «pelo protagonismo que assumiu no domínio e período referidos».
A obra é «especial» pelo seu tema, a habitação, «que obriga a uma contínua reflexão e envolvimento de todos», mas também «porque é dedicado ao Arq.º Nuno Teothónio Pereira, nas palavras do autor, “(... ) um talento militante incansável, um colega de exceção» que foi «um impulsionador por excelência das políticas e dos projetos de uma habitação para o maior número», declarou o presidente da Ordem dos Arquitetos, João Santa-Rita.
Na cerimónia de entrega do Prémio Árvore da Vida a Nuno Teotónio Pereira, realizada a 11 de julho de 2012, em Lisboa, o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, o bispo D. Pio Alves, também vincou a preocupação do arquiteto com as pessoas mais desfavorecidas.
«[Nuno Teotónio Pereira] deixa-nos uma marca pessoalíssima e de rara qualidade na arquitetura portuguesa, a que sempre aliou outros dois traços que se diriam pouco frequentes: o grande gosto pelo trabalho em equipa e uma genuína preocupação pela dimensão social do trabalho arquitetónico», assinalou.
O prémio, prosseguiu o prelado no seu discurso, expressa a «dívida de gratidão» que a Igreja em Portugal tem por Nuno Teotónio Pereira e pela sua geração, «pelo nível a que elevaram o diálogo entre a Fé e a Cultura».
«De maneira particular evocamos o programa e a ação do Movimento de Renovação da Arte Religiosa (MRAR), de que o Senhor Arquiteto foi o primeiro presidente. Devemos-vos um significativo contributo para a tradução plástica da reforma litúrgica que o Concílio Vaticano II protagonizaria, mas não só. Devemos-vos igualmente o testemunho do que pode ser a presença cristã no meio do mundo, uma presença afável e de serviço, uma presença profética e comprometida, de quem se sabe chamado a ser "sal" e “luz”», vincou D. Pio Alves.
Rui Jorge Martins
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15.05.14