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Bíblia

Livro dos Provérbios

Uma mulher de valor, quem a poderá encontrar? O seu preço é muito superior ao das pérolas.
O coração do marido nela confia
e jamais lhe falta coisa alguma.
Ela proporciona-lhe o bem e nunca o mal,
em todos os dias da sua vida.
Ela procura lã e linho
e trabalha de boa vontade com as suas mãos.
É semelhante ao navio do mercador,
que traz os seus víveres de longe.
Levanta-se, ainda de noite,
distribui o alimento pelos da sua casa
e as tarefas pelas suas servas.
Ela pensa num campo e adquire-o,
planta uma vinha com o ganho das suas mãos.
Cinge fortemente os seus rins,
e os seus braços têm sempre força.
Ela sente que o seu negócio prospera,
a sua lâmpada não se apaga durante a noite.
A sua mão pega na roca
e os seus dedos fazem girar o fuso.
Estende os braços ao infeliz,
e abre a mão ao indigente.
Não teme a neve para os seus familiares,
porque todos eles têm roupa a dobrar.
Faz para si belas cobertas,
e os seus vestidos são de linho e púrpura.
Seu marido é considerado nas portas da cidade,
quando toma assento com os anciãos da terra.
Fabrica roupa de linho e vende-a,
e fornece cintos ao mercador.
Fortaleza e graça são os seus adornos;
sorri perante o dia de amanhã.
Abre a boca com sabedoria,
tem na língua instruções de bondade.
Vigia o andamento da casa
e não come o pão da ociosidade.
Os filhos levantam-se a felicitá-la,
e o marido ergue-se para a elogiar.
Muitas mulheres tiveram valor,
mas tu excede-las a todas.
A graça é enganadora e a beleza é vã:
a mulher que teme o Senhor, essa será louvada.
Dai-lhe do fruto das suas mãos,
e que as suas obras a louvem às portas da cidade.

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Escuta, meu filho, recebe as minhas palavras e multiplicar-se-ão os anos da tua vida.
Eu te instruo no caminho da sabedoria
e te encaminho pelas sendas da justiça.
Ao caminhares, não serão inseguros os teus passos;
se correres, não tropeçarás.
Agarra-te bem à disciplina, não a deixes;
guarda-a, porque ela é a tua vida.
Não te metas pelas veredas dos ímpios,
não vás pelo caminho dos maus.
Evita-o, não passes por ele,
desvia-te e abandona-o.
Eles não dormem, sem terem praticado o mal;
não podem conciliar o sono, sem fazerem cair alguém.
Comem o pão da maldade
e bebem o vinho da violência.
Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora,
que cresce até ao romper do dia.
O caminho dos ímpios é tenebroso,
eles não vêem onde vão tropeçar.
Meu filho, escuta as minhas palavras,
inclina o teu ouvido aos meus conselhos.
Que eles não se afastem dos teus olhos;
conserva-os no íntimo do teu coração,
porque são vida para aqueles que os encontram,
saúde para todo o corpo.
Vela com todo o cuidado sobre o teu coração,
porque dele jorram as fontes da vida.
Preserva-te da linguagem enganosa,
afasta de ti a maledicência.
Os teus olhos olhem sempre em frente
e a tua vista preceda os teus passos.
Aplana o trilho onde pões os pés,
e sejam firmes todos os teus caminhos!
Não te desvies nem para a direita, nem para a esquerda
e afasta os teus pés do mal.
(4, 10-27)

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Meu filho, se receberes as minhas palavras e guardares cuidadosamente os meus mandamentos,
prestando o teu ouvido à sabedoria,
e inclinando o teu coração ao entendimento;
se invocares a inteligência
e fizeres apelo ao entendimento,
se a buscares como se procura a prata
e a pesquisares como um tesouro escondido,
então, compreenderás o temor do Senhor
e chegarás ao conhecimento de Deus.
Porque o Senhor é quem dá a sabedoria
e da sua boca procedem o saber e o entendimento.
Ele reserva a salvação para os rectos
e é um escudo para os que procedem honestamente.
Protege os caminhos dos justos
e dirige os passos dos seus fiéis.
Então, compreenderás a justiça e a equidade,
a rectidão e todos os caminhos que conduzem ao bem;
pois a sabedoria entrará no teu coração
e o conhecimento será para ti uma delícia.
A reflexão te guardará
e o entendimento amparar-te-á,
para te livrar do mau caminho
e do homem que diz coisas perversas,
dos que abandonam o caminho recto
e andam por caminhos tenebrosos,
dos que se alegram em fazer o mal
e se regozijam em perversidades,
daqueles cujos caminhos são tortuosos
e se extraviam por veredas sinuosas;
para te preservar da mulher alheia,
da estranha que usa palavras sedutoras,
que abandona o companheiro da sua juventude
e esqueceu a aliança do seu Deus. (2, 1-17)

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Meu filho, se o teu coração for sábio, alegrar-se-á também o meu coração.
As minhas entranhas exultarão
quando os teus lábios proferirem palavras rectas.
O teu coração não inveje os pecadores,
mas permaneça sempre no temor do Senhor,
porque haverá certamente um futuro
e a tua esperança não será frustrada.
Ouve, meu filho, e sê sábio,
dirige o teu coração pelo bom caminho.
Não te ajuntes com bebedores de vinho,
ou com aqueles que devoram carne,
porque o ébrio e o glutão se empobrecem
e a indolência os vestirá de andrajos.
Ouve o pai, que te gerou,
e não desprezes a tua mãe, quando for velha.
Adquire a verdade e não a vendas,
adquire sabedoria, instrução e inteligência.
O pai do justo exultará de alegria,
e quem gerou um sábio, nele se há-de alegrar.
Alegrem-se o teu pai e a tua mãe,
exulte aquela que te deu à luz.
Meu filho, dá-me o teu coração,
e os teus olhos se comprazam nos meus caminhos;
olha que a meretriz é um fosso profundo
e a mulher estranha, um poço estreito.
Ela põe-se de emboscada como um salteador
e, entre os homens, multiplica os prevaricadores. (23, 15-28)

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São do homem os projectos do coração, mas a resposta vem do Senhor.
Todos os caminhos parecem puros ao homem,
mas o Senhor é quem pesa os corações.
Confia ao Senhor todos os teus empreendimentos,
e os teus projectos terão bom êxito.
O Senhor fez tudo, tendo em vista um fim;
até mesmo o ímpio, para o dia do castigo.
O Senhor aborrece o altivo de coração;
cedo ou tarde, não ficará sem castigo.
O pecado expia-se pela bondade e pela fidelidade;
o mal evita-se pelo temor do Senhor.
Quando a conduta do homem agrada ao Senhor,
reconciliará com ele os seus próprios inimigos.
Vale mais o pouco com justiça,
do que muitos bens sem equidade.
O coração do homem dispõe o seu caminho,
mas é o Senhor quem dirige os seus passos.
As palavras do rei são como oráculos;
a sua boca não errará ao pronunciar a sentença.
Balança e pesos justos são do Senhor;
são obra sua todos os pesos do saco.
Os reis praticarem o mal é coisa abominável,
porque o trono firma-se pela justiça.
Os lábios justos agradam ao rei;
ele ama o que fala com rectidão.
A indignação do rei é prenúncio de morte,
porém, o sábio saberá aplacá-la.
Na serenidade do semblante do rei está a vida;
a sua clemência é como nuvem de chuva primaveril.
Adquirir a sabedoria vale mais do que o ouro;
adquirir a inteligência vale mais do que a prata.
O caminho dos justos consiste em evitar o mal;
o que vela sobre o seu caminho, guarda a sua vida.
A soberba precede a ruína,
e a presunção precede a queda.
Mais vale ser humilde com os fracos,
do que repartir os despojos com os soberbos.
O que ouve a palavra com atenção encontra a felicidade;
ditoso quem confia no Senhor.
O sábio de coração será tido por inteligente;
as palavras doces são mais convincentes.
O bom senso é a fonte da vida para quem o possui;
o castigo dos insensatos é a sua insensatez.
O coração dos sábios instruirá a sua boca,
e aos seus lábios aumentará o saber.
As palavras amáveis são como um favo de mel
doçura para o paladar e força para os ossos (16,1-24)

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Eis que a sabedoria clama repetidas vezes e a inteligência faz ouvir a sua voz.
De pé, sobre as colinas que dominam o caminho,
e nas encruzilhadas das veredas;
junto às portas da cidade e nas vias de acesso,
ela levanta a sua voz, dizendo:
«A vós, homens, eu apelo,
a minha voz dirige-se aos filhos dos homens.
Ó ingénuos, aprendei a prudência,
e vós, ó insensatos, adquiri a inteligência.
Prestai atenção! Vou anunciar-vos coisas importantes
e os meus lábios abrir-se-ão para proclamar o que é recto.
Sim, a minha boca proclama a verdade
e os meus lábios aborrecem a iniquidade.
Todas as palavras da minha boca são justas,
nelas não há falsidade nem perversidade.
São claras para os que têm inteligência
e rectas para quem adquiriu o saber.
Acolhei a minha instrução e não o dinheiro;
o conhecimento, mais precioso do que o ouro fino;
porque a sabedoria vale mais que as pérolas,
e tudo quanto há de apetecível não se lhe pode comparar.
Eu, a sabedoria, habito com a prudência,
possuo o conhecimento e a reflexão.
O temor do Senhor detesta o mal.
E eu detesto o orgulho, a arrogância,
a má conduta e a boca mentirosa.
A mim pertencem o conselho e a equidade,
a inteligência e a fortaleza.
Por mim reinam os reis,
e os legisladores decretam a justiça;
por mim governam os príncipes
e os nobres dão sentenças justas.
Amo aqueles que me amam;
quem me procura, encontrar-me-á.
Estão comigo a riqueza e a glória,
os bens duradouros e a justiça.
O meu fruto é mais precioso que o ouro mais fino;
o meu lucro vale mais que a prata mais pura.
Eu caminho pelas sendas da justiça
e ando pelas vias do direito,
para enriquecer os que me amam
e encher de riqueza os seus tesouros. (8, 1-21)

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Feliz o homem que encontrou a sabedoria, e adquiriu a inteligência,
porque a sua conquista vale mais que a prata
e o seu lucro é melhor que o ouro fino.
Ela é mais preciosa do que as pérolas
e nada do que possas desejar lhe será igual.
Na mão direita sustenta uma longa vida,
e na esquerda, riquezas e glória.
Os seus caminhos são deliciosos
e são tranquilas todas as suas veredas.
É árvore da Vida para aqueles que a alcançam;
felizes daqueles que a possuírem.
O Senhor fundou a terra com sabedoria
e ordenou os céus com inteligência.
Pelo seu saber foram abertos os abismos
e as nuvens destilam o orvalho.
Meu filho, guarda a ponderação e a prudência,
não as percas de vista.
Elas serão a vida da tua alma
e um adorno para o teu peito.
Então, percorrerás com segurança o teu caminho,
e os teus pés não tropeçarão.
Quando te deitares, não terás medo;
repousarás e o teu sono será agradável.
Não recearás o terror imprevisto,
nem a ruína reservada aos ímpios.
Pois o Senhor estará ao teu lado
e defenderá o teu pé da armadilha. (3, 13-26)

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[Origem da sabedoria]
O Senhor criou-me, como primícias das suas obras,
desde o princípio, antes que criasse coisa alguma.
Desde a eternidade fui formada,
desde as origens, antes dos primórdios da terra.
Ainda não havia os abismos e eu já tinha sido concebida;
ainda as fontes das águas não tinham brotado;
 antes que as montanhas fossem implantadas,
antes de haver outeiros, eu já tinha nascido.
Ainda Ele não tinha criado a terra nem os campos,
nem os primeiros elementos do mundo.
Quando Ele formava os céus, ali estava eu;
quando colocava a abóbada por cima do abismo,
quando condensava as nuvens, nas alturas,
quando continha as fontes do abismo,
quando fixava ao mar os seus limites,
para que as águas não ultrapassassem a sua orla;
quando assentou os fundamentos da terra,
eu estava com Ele como arquitecto,
e era o seu encanto, todos os dias,
brincando continuamente em sua presença;
brincava sobre a superfície da Terra,
e as minhas delícias é estar junto dos seres humanos. (8, 22-31)

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Provérbios de Salomão, filho de David, rei de Israel,
para aprender a sabedoria e a instrução;
para compreender as palavras sensatas,
para adquirir as lições do bom senso:
justiça, equidade e rectidão;
para dar aos simples o discernimento
e ao jovem, conhecimento e reflexão.
Que o sábio escute e aumentará o seu saber;
e o homem prudente adquirirá perspicácia,
para compreender provérbios e alegorias,
máximas dos sábios e seus enigmas.
O temor do Senhor é o princípio da sabedoria.
Os insensatos desprezam o saber e a instrução. (1, 1-7)

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Introdução ao livro dos Provérbios

O livro dos Provérbios é o primeiro e o mais representativo documento da literatura sapiencial de Israel. Trata-se de uma antologia de colecções heterogéneas, de origens e datas diferentes, abrangendo um período de tempo que se estende do séc. X ao séc. V a.C.. A tradição hebraica é unânime na aceitação do livro dos Provérbios; o Novo Testamento cita-o várias vezes e a Igreja primitiva tê-lo-ia utilizado na catequese moral para os catecúmenos. De facto, ainda hoje este livro nos ensina a ciência da vida.

Tal como no aspecto literário, também no doutrinal este livro não apresenta unidade. De uma forma genérica, ensina a arte de bem viver, pondo em relevo a preocupação pelos simples, especialmente os jovens sem experiência, procurando incutir-lhes uma personalidade firme, guiada pela sabedoria e piedade filial, evitando a preguiça, o vinho, as más companhias, as mulheres de má vida, os desmandos da língua, a iniquidade.

Esta moral pode parecer apenas natural e laica; mas não há dúvida que a religião é a base de toda a moralidade dos Provérbios. Por isso, «o temor do Senhor», princípio e coroamento da sabedoria, fonte de felicidade, aparece como chave e fecho deste livro (1,7; 31,30), embora não sejam muitas as referências directas à lei, ao culto e à aliança, noções fundamentais na religião hebraica.

 

Tradução e introdução: Bíblia Sagrada, ed. Difusora Bíblica
Imagens: Ilda David'
Actualizado em 30.07.09

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