Vaticano
Igreja Católica participa pela primeira vez na Bienal de Veneza
A Igreja Católica vai participar pela primeira vez na Bienal de Veneza, mostra de arte que na sua 55.ª edição decorre de 1 de junho a 24 de novembro, anuncia a página do evento.
O espaço reservado à Santa Sé, um dos 10 estados que em 2013 se estreia naquela que é uma das instituições culturais mais prestigiantes do mundo, situa-se em salas que a Bienal está a restaurar para se tornarem pavilhões duradouros.
Em outubro de 2012, durante o Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização que decorreu no Vaticano, o cardeal Gianfranco Ravasi explicou que a entidade a que preside, o Pontifício Conselho da Cultura, convidou «alguns artistas» a estarem presentes com uma obra inspirada no tema «Criação - "Descriação" - Nova Criação».
O prelado italiano sublinhou que a arte, na perspetiva da Igreja, exige uma aproximação «segundo a nova gramática e estilística das expressões artísticas contemporâneas, sem perder a ligação com a sacralidade do culto cristão».
As 88 participações nacionais que vão ocupar três áreas da cidade italiana, incluindo o centro histórico, apresentam peças criadas a partir do início do século XX até à data, subordinadas ao tema "O Palácio Enciclopédico", com curadoria de Massimiliano Gioni.
O tema da "Biennale" inspira-se na ideia de Marino Auriti, que em 1955 depositou no departamento de patentes dos EUA o projeto de um Palácio Enciclopédico, espécie de museu imaginário que deveria reunir todo o saber da humanidade.
Auriti concebeu um edifício de 136 pisos e 700 metros de altura, a construir em Washington.
«O sonho de um conhecimento universal e totalizador atravessa a história da arte e da humanidade», refere Massimiliano Gioni, necessidade que surge hoje «ainda mais necessária» e «desesperada» face ao atual «dilúvio de informação».
«Eliminando as distinções entre artistas profissionais e amadores, entre "outsider" e "insider", a exposição adota uma abordagem antropológica ao estudo das imagens, concentrando-se em particular nas funções da imaginação e sobre o domínio do imaginário», referiu.
A Bienal de Veneza, inaugurada em 1895, pretende ser uma mostra da vanguarda das novas tendências artísticas no domínio da arte, cinema, arquitetura, música, teatro e dança.
Marino Auriti e o seu "Pavilhão Enciclopédico"
Rui Jorge Martins
© SNPC |
19.03.13

Bienal de Veneza 2013








