Arte e cultura
Sugestão de visita: igreja e museu de S. Roque
Em 24 de março de 1506 inicia-se a construção da Capela de São Roque junto ao local onde, fora da muralha da cidade de Lisboa, se construiu um cemitério no qual eram enterrados os que morriam de peste.
Data de 25 de fevereiro de 1515 a Sagração da Capela, pelo bispo D. Duarte.
Terminada a ermida, sob o orago de São Roque, protetor dos doentes da peste, é instituída a Irmandade homónima, dotada de estatutos próprios e continuadora da tradição, culto e manutenção da capela, à qual se ligaram personalidades reais, titulares, fidalgos e povo.
Esta Irmandade ainda hoje existe, conservando-se em seu poder uma relíquia de São Roque e a bula que atesta a sua criação.
A Ordem de Santo Inácio de Loyola, instituída em 1534, expandiu-se em Portugal a partir de 1540. A edificação de igrejas e casas professas fez parte de um programa completo de construções, envolvendo múltiplas atividades ligadas à catequização e educação dos fiéis, pelo que a hipótese da implantação na casa professa em Lisboa foi bem acolhida por D. João III.
Em 1553, a Companhia de Jesus toma posse da ermida de São Roque e obriga-se a construir, no interior da nova igreja, uma capela dedicada ao culto do santo. Apesar dos Jesuítas desejarem mudar a evocação da igreja, o rei decidiu perpetuar a tradicional designação, mantendo-se ainda hoje a designação de São Roque.
O seu interior é composto por oito capelas, agrupadas quatro a quatro, de uma capela-mor e pequenos altares abrindo para um transepto inscrito. Pela prática de dourar grandes superfícies, recobrir outras de azulejos ou mármores, obtém-se um jogo de tonalidades que dá ao espaço interior da Igreja uma perspetiva singular.
O teto da Igreja, suportado por uma estrutura de vigamento em madeira de origem prussiana, é o único exemplar lisboeta que resta dos grandes tetos pintados no período maneirista.
Com a expulsão da Companhia de Jesus do território português, a igreja de São Roque e casa professa dos Jesuítas são entregues à Misericórdia de Lisboa, por carta régia de 8 de fevereiro de 1768, que aqui instala os seus serviços até aos dias de hoje.
Após um rigoroso e apurado trabalho de restauro iniciado em 2010 em colaboração com o Instituto dos Museus e da Conservação, a Capela de São João Batista foi em 2012 reapresentada em todo o seu esplendor.
Fruto da encomenda do rei D. João V a Roma, foi construída entre 1742 e 1747 segundo projeto de Luigi Vanvitelli e Nicola Salvi. Incluem-se peças de culto e ornamentais que se encontram expostas no Museu de São Roque. O monumento destaca-se pela riqueza dos materiais de revestimento e pela qualidade exímia das composições em mosaico.
O Museu de São Roque, por seu lado, está instalado no espaço da antiga casa professa da Companhia de Jesus em Lisboa, edifício contíguo à Igreja de São Roque.
Abriu ao público em 1905, com a designação de Museu do Tesouro da Capela de São João Batista, em evocação da importante coleção de arte italiana que está na origem da sua criação.
Texto: Museu de S. Roque
Vídeo: RTP / Ecclesia
Fotografias: Margarida Correia
01.08.12
Foto: Gloria Ishizaka
Santos ganham vida no Museu de S. Roque
O tríptico do Espírito Santo na Capela de S. João Batista, em S. Roque | IMAGENS |
Uma visita à igreja e ao museu de S. Roque | IMAGENS |