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A obra “Crimes e criminosos no Norte de Portugal. O Alto Minho oitocentista”, de Alexandra Esteves, publicada em 2015 pela Editorial Cáritas, foi uma das duas obras distinguidas no âmbito do Prémio Literário A. Lopes de Oliveira/Câmara Municipal de Fafe, para o género "Estudos Histórico-Sociais de Âmbito Local ou Regional".
O júri, constituído por docentes da Universidade do Minho e do Instituto de Estudos Superiores de Fafe, sublinha que se trata de um «“trabalho de referência para o estudo da criminalidade oitocentista do Norte de Portugal, além de proceder a uma excelente atualização historiográfica sobre o tema e constituir-se como um estudo bem fundamentado a partir dos fundos dos arquivos locais».
Para o coordenador nacional da Pastoral Penitenciária, o livro constitui «uma excelente oportunidade para entender, em boa parte, as razões da criminalidade», não só no Alto Minho, mas «em todo o território português, na época a que a Autora se refere».
«Falar de crime e de criminalidade é estar a falar de pessoas que, pela sua fragilidade e pela influência do meio ambiente, praticam atos passíveis de censura legal e social. Mas sempre falamos de pessoas», sublinha o P. João Gonçalves, na introdução
O sacerdote recorda que «numa sociedade em convulsão política», como a que é estudada pela investigadora, «em que a autoridade não se imponha pela dignidade pessoal, pela sua estatura ética e moral, nem pelo espírito de serviço aos seus concidadãos, onde reina a fome do poder e o seu mau uso, sempre se corre o risco gerador de desordens, de vinganças, das mais variadas faltas do natural respeito pelos outros, pelos bens alheios, pelas leis, pela ética da convivência pacífica».
Alexandra Esteves é doutorada em História Contemporânea pela Universidade do Minho, com a tese "Entre o crime e a cadeia: violência e marginalidade no Alto Minho (1732-1870)".
Licenciada em História, ramo científico pela mesma universidade, é atualmente professora auxiliar convidada da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa e investigadora do Centro de Investigação Trandisciplinar Cultura, Espaço e Memória, na Universidade do Minho.
A sua investigação insere-se no campo da História Social, em especial nos domínios da história da marginalidade, violência e prisões nos séculos XVIII e XIX, e da saúde nos séculos XIX e XX.
O Prémio Literário A. Lopes de Oliveira/Câmara Municipal de Fafe - Estudos Histórico-Sociais de Âmbito Local ou Regional, atribuído a cada dois anos, «visa estimular a publicação de estudos histórico-sociais das realidades de determinada localidade ou região portuguesa, na perspetiva de valorizar um sector de investigação de crescente importância, no quadro do aprofundamento da matriz regional e local do nosso país».