"Laudato si' [Louvado sejas], sobre o cuidado da casa comum" é o título da próxima encíclica do papa Francisco, sobre questões ambientais, que vai ser apresentada a 18 de junho, no Vaticano, revela hoje o serviço informativo da Santa Sé.
No encontro de apresentação do documento à imprensa estará o cardeal Peter Turkson, presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz - acentuando a dimensão social do texto -, o metropolita de Pérgamo, John Zizioulas, em representação do patriarcado ecuménico e da Igreja ortodoxa, e John Schellnhuber, fundador e diretor do Potsdam Institur for Climate Impact Research.
O texto da encíclica, que aborda a questão da desigualdade de acesso e distribuição dos recursos e da sobrexploração da natureza, estará à disposição em italiano, francês, inglês, alemão, espanhol e português.
O título da carta papal, que habitualmente corresponde às primeiras palavras do texto latino, surge desta vez em italiano, retomando a expressão «Louvado sejas» extraída do Cântico das Criaturas, de S. Francisco de Assis.
Na homilia da missa em que iniciou o ministério papal, a 19 de março de 2013, Francisco vincou que «a vocação de guardião» não diz respeito apenas aos cristãos, «mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no livro de Génesis e (...) mostrou S. Francisco de Assis: é ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente».
A "encíclica verde", que já suscitou reservas por parte de políticos norte-americanos, foca-se igualmente na fome e no desperdício de alimentos, no aquecimento global, na desflorestação e na poluição, adiantou a página "Vatican Insider".
A segunda encíclica de Francisco, após a "Lumen fidei", parcialmente preparada pelo predecessor, Bento XVI, realça a dimensão ecuménica ao valorizar a palavra do patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, da Igreja ortodoxa.
Rui Jorge Martins