O 90.º aniversário do papa emérito Bento XVI, a 16 de abril, vai ser assinalado pelo lançamento de um livro com contributos de teólogos católicos e de outras confissões cristãs.
O volume, intitulado "Cooperatores Veritatis" (Colaborador da Verdade) retoma o moto que Joseph Ratzinger escolheu para o seu brasão arquiepiscopal e cardinalício, antes de ser eleito papa, inspirada em 3 João 8, e que apesar de não ter estado no brasão pontifício, segundo a tradição, se mantém como aspiração e programa pessoal.
A obra editada pela Livraria Editora Vaticana, que será apresentada a 6 de abril, em Roma, reúne contributos dos 13 estudiosos que desde 2011 até hoje foram distinguidos com o Prémio Ratzinger, entregue a académicos que desenvolvem a sua atividade no âmbito da investigação teológica.
O livro é uma oportunidade «para entrar em contacto com um grupo internacional de conceituados estudiosos» que se relacionaram com o pensamento do papa emérito, escreve, na introdução, o padre Federico Lombardi, presidente da Fundação Joseph Ratzinger-Bento XVI e corresponsável, com Pierluca Azzaro, pela organização do volume.
O monsenhor italiano Inos Biffi, o filósofo francês Rémi Brague, o biblista anglicano Richard Burridge, o teólogo polaco monsenhor Waldemar Chrostowski, o jesuíta americano Brian E. Daley, o jesuít brasileiro Mário de França Miranda, única presença lusófona e o teólogo espanhol P. Olegario González de Cardedal integram o elenco de autores.
O volume conta também com as contribuições do abade cisterciense Heiligenkreuz, Áustria, Maximilian Heim, do estudioso libanês Nabil el-Khoury, do teólogo grego ortodoxo Ioannis Kourempeles, da teóloga francesa Anne-Marie Pelletier, do teólogo alemão Christian Schaller, organizador da "Opera omnia" de Joseph Ratzinger-Bento XVI, e do italiano Manlio Simonetti, especialista em Patrística.
Na sessão de lançamento intervém o cardeal suíço Kurt Koch, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos e membro do Conselho Científico da fundação, que apresenta a conferência "Uma sinfonia de amor e verdade na liberdade. Joseph Ratzinger/Bento XVI testemunha grata da fé pascal".
Joseph Ratzinger nasce no Sábado Santo de 1927, na Baviera, Alemanha, e é batizado no mesmo dia. Passa a infância e adolescência em Traunstein, perto da fronteira com a Áustria, onde recebe a sua primeira formação cristã, humana e cultural. Até setembro de 1944 desempenha funções nos serviços auxiliares anti-aéreos.
É ordenado padre a 29 de Junho de 1951 e um ano depois começa a sua atividade de professor. Em 1953, doutora-se em Teologia com a tese «Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho» e passados quatro anos apresenta a dissertação "A teologia da história em São Boaventura".
Leciona em diversas universidades alemãs e é perito no Concílio Vaticano II (1962-1965). Em 1977 o papa Paulo VI nomeia-o arcebispo de Munique e Freising e cria-o cardeal.
João Paulo II nomeia-o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão Teológica Internacional em 1981 e no ano seguinte deixa o governo pastoral da arquidiocese alemã.
Em 2002 o mesmo papa aprova a sua eleição para decano do Colégio Cardinalício. Sucede a João Paulo II no dia 19 de abril de 2005 e resigna a 28 de fevereiro de 2013.