Lisboa
Missa de Beethoven abre "Dias da Música" no Centro Cultural de Belém
A "Missa Solemnis" de Ludwig van Beethoven (1770-1827), interpretada pelo Coro Lisboa Cantat, o Ensemble Vocal de Freamunde e a Orquestra Sinfónica Metropolitana de Lisboa abre esta sexta-feira os "Dias da Música" do Centro Cultural de Belém.
A composição para solistas, coro e orquestra em Ré maior, op. 123, com "Kyrie", "Gloria", "Credo", "Sanctus", "Benedictus" e "Agnus Dei", «incomparável obra-prima musical» nas palavras do papa Paulo VI, é o primeiro dos 60 concertos dedicados ao tema "O Impulso Romântico" que vão ser interpretados até domingo.
O “impulso romântico”, nascido na viragem para o século XIX, é um «ímpeto em direcção a uma cultura da libertação, que politicamente encontrara a sua justificação na Revolução Francesa de 1789», refere o texto de apresentação da iniciativa.
«Com o tempo, e muito por força do impacte do romantismo sobre a cultura oitocentista, a expressão ganhou um outro sentido, que se prolonga até aos dias de hoje, restringindo-se cada vez mais ao plano afectivo: é romântico o enamorado, o apaixonado, o sonhador, o utopista.»
A programação abrange a composição «histórico-musical e a popular»: «de Beethoven a Rachmaninov, de Chopin a John Lennon, de Berlioz à chanson d’amour francesa, propõe-se um itinerário musical que nos mergulha nas raízes do Romantismo e detecta a persistência do sentimento romântico, erudito ou vulgar, até aos nossos dias».
Entre os concertos inclui-se “A minha solidão vê-se melhor”, melodrama a partir das Cartas de Mariana Alcoforado com narração de Suzana Borges e piano de Nuno Vieira de Almeida, a partir da obra de João Madureira, que no sábado intervém no debate “A herança romântica nos nossos dias: Ainda há compositores românticos”.
© SNPC | 15.04.13