Francisco

Novo papa vai inspirar «cultura da misericórdia no interior da Igreja e nas relações com o mundo», diz padre Tolentino Mendonça

O padre José Tolentino Mendonça está convicto de que o novo papa, Francisco, vai ser «um grande inspirador de uma cultura da misericórdia no interior da Igreja e nas relações com o mundo e a cultura».

Para o diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, a «misericórdia» e a «alegria», temas que pontuaram a intervenção de Francisco nas reuniões entre cardeais que antecederam o conclave sinalizam «uma primavera de esperança na Igreja».

O responsável sublinha que o lema episcopal do até hoje cardeal argentino Jorge Bergoglio é a passagem bíblica em que Jesus chama o apóstolo Mateus, “Miserando atque eligendo”, que pode ser traduzido por "olhando-o com misericórdia, escolheu-o".

«A misericórdia pelo humano é um dos traços fortes do seu ministério», salienta o vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa.

Francisco «é fundamentalmente um pastor capaz de renovar e trazer um estilo próximo dos homens e mulheres da contemporaneidade», observou.

O poeta e ensaísta acredita que o novo papa «contribuirá muito para a renovação da linguagem religiosa».

Referindo-se ao facto de Francisco ser o primeiro papa do continente americano, Tolentino Mendonça salienta que «a Igreja é universal, pelo que é muito importante que as diversas culturas que estão dentro dela se tornem uma fonte de sentido e de esperança, dialogando umas com as outras».

O responsável lembrou que na primeira aparição aos fiéis, na praça de São Pedro, o novo papa disse em tom de brincadeira que os cardeais o tinham ido buscar ao fim do mundo, numa alusão ao seu país de origem.

«Às vezes é preciso fazer uma grande viagem para lançar para próximo de nós o caminho da esperança», realçou Tolentino Mendonça.

Bento XVI e o cardeal Jorge Bergoglio, agora papa Francisco

Rui Jorge Martins
© SNPC | 24.03.13