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Papa critica muros que impedem o futuro das crianças e burocracia nas adoções

«Quanto precisamos de uma cultura que reconheça o valor da vida, sobretudo da frágil, ameaçada, ofendida, e em vez de pensar em pô-la de parte, de a excluir com muros e fechamentos, se preocupasse em oferecer cuidado e beleza. Uma cultura que reconheça em cada rosto, mesmo no mais pequeno, o rosto de Jesus: “Quem acolher uma só criança como esta no meu nome, a mim acolhe”».

O papa recebeu hoje membros de uma instituição de acolhimento de crianças de Florença, fundada há seis séculos, tendo lembrado, em discurso não lido, mas entregue aos reponsáveis, os menores desacompanhados e vítimas de conflitos, migrações e fome.

«Aos pobres, às criaturas frágeis, a quem vive nas periferias, devemos oferecer o melhor que temos. E entre as pessoas mais frágeis de que devemos cuidar, estão seguramente muitas crianças rejeitadas, derrubadas da sua infância e do seu futuro; menores que enfrentam viagens desesperadas para fugir da fome ou da guerra. Crianças que não veem a luz porque as suas mamãs sofrem condicionamentos económicos, sociais, culturais que as impelem a renunciar a esse dom maravilhoso que é o nascimento de um filho», vincou.

Falando de improviso, o papa evocou «a cultura das crianças. Há uma cultura da surpresa no ver crescer, ver como se surpreendem pela vida, como entram em contacto com a vida». E acrescentou: «Nós devemos aprender a fazer o mesmo. Este caminho, esta estrada que todos nós fizemos como crianças, devemos reaprendê-la.»

«Muitas vezes há pessoas que querem adotar crianças, mas há uma burocracia tão grande – quando não há corrupção pelo meio», apontou Francisco, referindo-se às «tantas, tantas famílias que não têm filhos e teriam seguramente o desejo de ter um com a adoção».

Continuando a falar sem papéis, o papa pediu à associação para trabalhar com vista a «uma cultura de adoção, porque as crianças abandonadas, sós, vítimas de guerra e outras situações são muitas».

Citando as palavras de Jesus no Evangelho - «se não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus», Francisco apontou: «É isto que a nós nos deve ensinar a cultura da criança. Devemos, de alguma maneira, voltar à simplicidade de uma criança, e sobretudo à capacidade de nos surpreendermos. As surpresas! O nosso Deus é o Deus das surpresas, e nós devemos aprender isto».


 

Rui Jorge Martins
Fonte: Sala de Imprensa da Santa Sé
Imagem: Goodmoments/Bigstock.com
Publicado em 24.05.2019

 

 
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