

O Prémio Ratzinger, que pela quinta vez é atribuído pela Fundação Vaticana Joseph Ratzinger, vai ser concedido ao brasileiro Mário de França Miranda e ao libanês Nabil el-Khoury, foi hoje anunciado no Vaticano.
A escolha dos premiados alarga o âmbito geográfico da distinção, que pela primeira vez será entregue a investigadores da América Latina e do oriente católico.
O jesuíta Mário de França Miranda nasceu em 1936, tendo dedicado a sua investigação e atividade docente a áreas como a teologia dogmática, teologia das religiões, inculturação da fé e relação da fé cristã com a sociedade moderna.
Doutorado pela Universidade Gregoriana, em Roma, centrou-se nos últimos anos especialmente em estudos de natureza eclesiológica, isto é, relacionadas com a identidade e missão da Igreja católica.
Entre 1992 e 2003 foi membro da Comissão Teológica Internacional do Vaticano, sob a direção do então cardeal Joseph Ratzinger. É autor de 14 livros, participou em outras 31 obras e assinou mais de 100 artigos em revistas teológicas.
Nascido em 1941, Nabil el-Khoury é atualmente professor de Filosofia e Literatura Comparada na Universidade Libanesa de Beirute e Universidade de Tubinga e está a traduzir para árabe a “Opera omnia” de Joseph Ratzinger-Bento XVI, depois de ter traduzido várias obras de Kant, Hegel e Goethe.
Obteve o doutoramento na Universidade de Tubinga, assinou dezenas de artigos científicos e proferiu conferências em várias cidades da Europa, Fala árabe, alemão, francês, inglês, italino, latim, grego, síriaco e hebraico.
O prémio é entregue a estudiosos que se distinguiram na investigação científica de carácter teológico, à semelhança de Joseph Ratzinger, atualmente papa emérito Bento XVI.
Na quarta-feira será inaugurada no Colégio Teutónico, no Vaticano, a Biblioteca Ratzinger-Bento XVI, com mais de mil volumes em 30 línguas inteiramente dedicados à vida e ao pensamento teológico e cultural do papa emérito, que ofereceu a maior parte dos volumes.
O programa inclui uma visita para a imprensa e um evento público, no qual o presidente do Pontifício Conselho da Cultura, o cardeal italiano Gianfranco Ravasi, proferirá a conferência “Da Bíblia à Biblioteca – Bento XVI e a cultura da palavra”.
Em 2014, o Prémio Ratzinger foi entregue pela primeira vez a uma mulher, Anne-Marie Pelletier, leiga e perita em Bíblia, igualmente a especialidade do padre polaco Waldemar Chrostowski, a quem foi atribuída a mesma distinção.
Rui Jorge Martins