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Santa Catarina de Sena, co-padroeira da Europa: tocou o coração dos simples e dos doutores, e mudou a história

Imagem Santa Catarina de Sena | D.R.

Santa Catarina de Sena, co-padroeira da Europa: tocou o coração dos simples e dos doutores, e mudou a história

O poder da fé traduz-se numa linguagem simples, que sabe fascinar mulheres e homens de todos os tempos, de todas as extrações sociais, de todas as culturas, como se manifesta com clareza na vida de Santa Catarina de Sena.

Ela, que só muito tarde aprendeu a ler e a escrever, conseguiu mudar a história ao tocar o coração dos simples, dos doutores, dos poderosos, dos artistas e dos intelectuais.

Nascida na atual cidade italiana de Siena, em 1347, lutou para evitar o matrimónio que os pais queriam para ela, e por fim consagrou-se a Deus, tornando-se terciária (membro da Ordem Terceira) dominicana.

«O seu ensinamento é dotado de uma riqueza tão profunda», que o beato papa Paulo VI declarou-a Doutora da Igreja, título que se acrescentava ao de co-padroeira de Roma e padroeira da Itália, recordou Bento XVI, em 2010.

O papa emérito sublinhou então que quando a fama de santidade de Catarina se difundiu, «foi protagonista de uma intensa atividade de conselho espiritual em relação a todas as categorias de pessoas», inclusive o Papa Gregório XI, que nesse período residia em Avinhão e que foi exortado, «enérgica e eficazmente» a regressar a Roma.

Catarina também «viajou muito para solicitar a reforma interior da Igreja e para favorecer a paz entre os Estados», e por este motivo João Paulo II declarou-a co-padroeira da Europa.

A «profunda união» com Deus por parte da «insigne mística», lembrou Bento XVI, é relatada pelo episódio da «troca do coração»: Jesus «apareceu-lhe tendo na mão um coração humano vermelho resplandecente, abriu-lhe o peito, introduziu-o nele e disse-lhe: “Caríssima filhinha, dado que no outro dia tomei o teu coração, que tu me oferecias, eis que agora te concedo o meu, e doravante estará no lugar que o teu ocupava”».

«Todos nós podemos deixar-nos transformar o coração e aprender a amar como Cristo, numa familiaridade com Ele alimentada pela oração, pela meditação sobre a Palavra de Deus e pelos sacramentos, principalmente recebendo de maneira frequente e com devoção a Sagrada Comunhão», acrescentou o papa emérito.

Hoje, a Igreja continua a receber «um grande benefício do exercício da maternidade espiritual de numerosas mulheres, consagradas e leigas, que alimentam nas almas o pensamento de Deus, revigoram a fé das pessoas e orientam a vida cristã rumo a metas cada vez mais elevadas», salientou.

«Aprendamos de Santa Catarina a amar com coragem, de maneira intensa e sincera, Cristo e a Igreja. Por isso, façamos nossas as palavras de Santa Catarina (…): “Por misericórdia Vós lavastes-nos no Sangue e por misericórdia desejastes dialogar com as criaturas. Ó Louco de amor! Não vos foi suficiente encarnar, mas também quisestes morrer! (...) Ó misericórdia! O meu coração ofega-me quando penso em Vós: para onde eu me dirija a pensar, mais não encontro do que misericórdia”», concluiu Bento XVI.

 

Matteo Liut
in "Avvenire"
Com rjm/SNPC
Publicado em 29.04.2016

 

 
Imagem Santa Catarina de Sena
Hoje, a Igreja continua a receber «um grande benefício do exercício da maternidade espiritual de numerosas mulheres, consagradas e leigas, que alimentam nas almas o pensamento de Deus, revigoram a fé das pessoas e orientam a vida cristã rumo a metas cada vez mais elevadas»
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