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7Margens, ano 1

Neste 7 de janeiro de 2020, o 7Margens (setemargens.com) completou o primeiro ano de vida enquanto publicação que pretende dar relevo ao noticiário sobre o fenómeno religioso em todas as suas dimensões, incluindo quando ele se cruza com questões sociais, culturais, políticas ou económicas. Optámos por concretizar essa abordagem de forma independente, a partir de um olhar jornalístico, mesmo se enformado por um perspetiva crente, embora não ligado a qualquer instituição religiosa ou outra.

Quisemos, desde o início, que o 7Margens tivesse a participação de muitas pessoas, desde logo daquelas a quem a sua publicação poderia interessar. Isso consolidou-se ao longo deste ano, em que todas as verbas necessárias para o funcionamento foram resultado de donativos dos seus leitores e amigos.

Não foi um caminho fácil e não o é ainda. Desde logo, pelas exigências económicas de manter um projeto assim; mas também porque, em Portugal, falta fazer caminho para reconhecer a importância do fator religioso na vida das pessoas e para reconhecer a importância do debate de ideias no interior das instituições religiosas. Sabemos ainda que o 7Margens precisa de alargar a equipa, de ter mais informação própria, mais reportagens e entrevistas. Mesmo assim, este primeiro ano mostrou-nos que há um público interessado no nosso trabalho e na nossa forma de abordagem. E que há uma grande pertinência para uma publicação deste tipo, única no panorama da informação religiosa, pela abrangência que marca o seu fluxo noticioso.



Cremos que o 7Margens mostrou, neste primeiro ano, que é possível um jornalismo sobre o fenómeno religioso que o aborde de forma compreensiva, rigorosa e independente, com um olhar alargado, cruzando-o com as grandes questões humanas, sociais e culturais do nosso tempo



O 7Margens é ainda uma experiência pequena. Mas é já fruto do trabalho de muitos e isso pode traduzir-se em alguns números: publicámos textos de cerca de 150 pessoas, entre notícias, reportagens, entrevistas, opinião, análise e ensaios; recebemos donativos de outra centena e meia de pessoas individuais e de seis pessoas coletivas; vários artigos atingiram alguns (5-7) milhares de leitores; ao longo do ano tivemos mais de 383.000 visualizações de páginas; registámos 97.000 entradas e, em média, cada entrada visitava duas páginas à média de dois minutos por sessão; todos os meses há pelo menos 7.500 entradas (300 por dia).

Somos uma pequena realidade. Mas somos já um projeto suportado por uma rede maior e mais diversa do que alguma vez tínhamos antecipado. E, apesar da nossa dimensão, a qualidade da informação por nós difundida obrigou vários média a citarem-nos.

No nosso fluxo informativo, ao longo deste ano, demos atenção a temas como os refugiados e a emergência climática; a Amazónia e o sínodo dos bispos a ela dedicado, os problemas de direitos humanos e da liberdade religiosa, bem como as tensões em diferentes partes do mundo; os abusos sexuais na Igreja Católica; as mulheres nas diferentes tradições religiosas; a violência doméstica; a luta da operária Cristina Tavares...

Publicámos também retratos inesperados de pessoas como o franciscano eleito o melhor professor do mundo, o padre católico que foi considerado o melhor cidadão da Índia, um condenado à morte nos Estados Unidos que afinal era inocente, a economista Manuela Silva, ou o Prémio Nobel da Paz 2019 na sua dimensão cristã. E ainda entrevistas ao músico Pedro Abrunhosa, aos teólogos Tomáš Halík e James Keenan, ao jornalista Frédéric Martel (No Armário do Vaticano), ao xeque Ibrahim Mogra ou à editora Inês Castel-Branco (Akiara Books). Acompanhámos a actividade e as viagens do Papa Francisco (nomeadamente a Moçambique), demos notícia de diversas iniciativas de diferentes religiões e tradições espirituais, falámos de livros, discos e cinema, colocámos crianças a escrever sobre Sophia de Mello Breyner, trouxemos realidades geográficas ou religiosas periféricas para o noticiário quotidiano...

Em síntese, cremos que o 7Margens mostrou, neste primeiro ano, que é possível um jornalismo sobre o fenómeno religioso que o aborde de forma compreensiva, rigorosa e independente, com um olhar alargado, cruzando-o com as grandes questões humanas, sociais e culturais do nosso tempo. Ou seja, tentámos concretizar a ideia que temos no título, trazendo realidades menosprezadas ou menos valorizadas nos média tradicionais: o fenómeno religioso, as tradições religiosas minoritárias, as questões menos debatidas nas grandes tradições religiosas, os temas decisivos do nosso mundo contemporâneo, as realidades geográficas e culturais esquecidas, os direitos humanos, a arte e a cultura.

Ao dizer isto, digo o que fizemos mas, sobretudo, o que queremos fazer cada vez mais e melhor.


 

António Marujo
Jornalista do 7Margens
Imagem: D.R.
Publicado em 08.01.2019

 

 

 
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