A Universidade Católica Portuguesa (UCP) não se pode contentar com um «olhar distanciado sobre a realidade, como se ela própria se pudesse colocar de fora das dificuldades e das angústias, das esperanças e das alegrias da história», considera a reitora.

Na mensagem por ocasião do Dia Nacional da UCP, que se assinala a 1 de fevereiro e é dedicado ao lema "Alargar horizontes", Maria da Glória Garcia frisa que a instituição quer colocar-se sempre mais expressamente ao serviço das pessoas e da sociedade, porque só desse modo pode cumprir a sua vocação e missão».

O documento começa com o «repto inexcusável» que o papa Francisco lançou aos universitários para que assumam voz ativa «onde estão os desafios»: «Não sejam espectadores, mas protagonistas».

A responsável salienta que «a aventura do conhecimento outra coisa não é do que uma paixão pela vida, que pede para ser cuidada e protegida, mas também iluminada por outros horizontes de sentido».

«Os nossos horizontes alargam-se na audácia de olhar a realidade nos olhos, de aprender a amá-lo e de insuflar nela esperança, ciência, inovação, ambição, competência e futuro», metas que a Universidade não conseguirá concretizar sozinha.

Maria da Glória Garcia acentua que a UCP precisa «do interesse e da ajuda de todos, de maneira muito particular da Igreja portuguesa e das suas comunidades cristãs», a quem pede maior união.

«Sintam a Universidade como vossa, confiem na importância que representa um projeto universitário de excelência, rezem e ajudem a Universidade Católica Portuguesa», apela a mensagem.

Como é habitual, as ofertas recolhidas nas missas referentes ao domingo 4 de fevereiro destinam-se, «em exclusivo, a apoiar em bolsas de estudo alunos carenciados» da Faculdade de Teologia.

A faculdade, na qual estudam os seminaristas das dioceses e congregações religiosas que são ordenados padres em Portugal, «tem um papel, talvez menos conhecido pela opinião pública, mas absolutamente central no serviço que a Universidade Católica presta», recorda o texto.

O programa da sessão académica do Dia Nacional da UCP, que se realiza em Lisboa, a 30 de janeiro, nas instalações da universidade, prevê o doutoramento "honoris causa" do presidente do Pontifício Conselho da Cultura, o cardeal italiano Gianfranco Ravasi, que terá como padrinho o padre José Tolentino Mendonça, vice-reitor da instituição.

Fundada em 1967 e oficialmente reconhecida pelo estado português em 1971, a UCP tem sede e Lisboa, centros regionais no Porto, Braga e Viseu, e está associada à Universidade de S. José, em Macau, que tem como reitor o padre Peter Stilwell.

A UCP tem faculdades e departamentos que lecionam e investigam nas áreas de teologia, ciências económicas e empresariais, ciências humanas, direito, direito canónico, ciências da saúde, estudos políticos, artes, biotecnologia, bioética, ciências da saúde, educação, psicologia, arquitetura e tecnologia, ente outros campos de saber.

«O incremento da cultura» baseada «nos valores cristãos», o apoio à  «integração» e «síntese do saber com a doutrina católica, promovendo continuamente o diálogo entre a fé e a razão», a preparação de quem é chamado «a exercer serviços específicos na Igreja» e de «quadros para a sociedade», a par do estudo da «realidade portuguesa» constituem alguns dos objetivos da UCP.