O Observatório foi ao encontro de Alice Vieira. Escritora, com mais de quarenta títulos editados. Um nome fundamental da nossa literatura infanto-juvenil.
Escreve para quê?
Escrevo porque não sei fazer outra coisa. Chego a pensar que escrevo, talvez, unicamente para mim. Depois é bom pensar que a escrita que me dá tanto prazer pode ser útil a outros, pode chegar a outros…
Sente que há na criação artística uma dimensão espiritual?
Evidentemente. A própria criação artística é algo que não se explica, que tem muito de escondido, de indizível. Tem de se guardar sempre essa abertura.
O acto da criação é uma vizinhança de Deus?
Sinto-me perto de qualquer coisa que não sei dizer quem é, o que é. Qualquer coisa que me transcende e que é essencial.
Haverá uma beleza que nos salve?
Tem sempre que haver uma beleza que nos salve, senão nem fazia sentido andarmos por cá. O que é preciso é estar disponível para essa beleza e entendê-la. É só por aí que a salvação será possível.