É que, afinal, vida é a magia de fazer surgir o sublime e complexo, a partir só do que é simples e trivial. E a palavra mágica é apenas uma: inter-relacionar.
Esta palavra bastará para descrever a química da vida desde antes da primeira célula até ao homem do futuro, se a deixarmos ecoar a uma grande variedade de níveis sucessivos, em que os inter-relacionados de um são os inter-relacionantes do seguinte.
Nesta cadeia de inter-relacionamentos progressivos, cada passo representa apenas uma das míriades de possibilidades interactivas, desde sempre inscritas nos elementos iniciais. Em cada encruzilhada, a sua probabilidade era, portanto, incrivelmente baixa. Mas o improvável fez-se história e tornou-se gene e vida. Caminhando sobre a corda, passo a passo e em equilíbrio sempre instável, a excepção fez-se regra e tomou consistência.
O que me cabe contar é portanto essa história arriscada do improvável.