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Bíblia, Saramago e religião no espaço público abrem coleção “Estudos de Religião”

O Centro de Investigação em Teologia e Estudos de Religião (CITER) da Universidade Católica Portuguesa, em parceria com a Imprensa Nacional, inaugurou em 2019 uma coleção para «ensaios multidisciplinares sobre as religiões e as dimensões religiosas da cultura», que vai ter continuidade neste ano.

«Além de estar aberta à interpretação de textos religiosos e teológicos, [a coleção] visa melhor compreender as mundividências, identidades e dinâmicas sociais no campo religioso, promover o estudo das práticas, das mediações e da memória religiosa das sociedades, bem como analisar as teorias da religião», explica o texto de apresentação publicado na página da editora pública de Portugal, que em 2018 assinalou 250 anos de existência.

“A religião no Espaço Público Português”, de Helena Vilaça e Maria João Oliveira, observa em Portugal «uma redefinição sociopolítica e cultural do catolicismo, ensaiada de modo particular depois da revolução democrática de 1974», analisando igualmente as «manifestações mais espontâneas de religiosidade associadas a fenómenos como o de Fátima».

Ao mesmo tempo que reconhece «os indícios de secularização no plano social e individual», a par do crescimento e multiplicação das minorias religiosas, a obra destaca os «indicadores de religiosidade, comparativamente elevados e indicativos da excecionalidade do caso português no quadro europeu», sem esquecer o papel da Igreja católica «em áreas como a educação, a solidariedade social, as migrações ou a cultura».



“Teologia e literatura: encontros e desencontros”, “Teologia de mãos dadas com a literatura: reaproximações”, “Teologia ficcional”, “O ateísmo como ‘locus theologicus’”, “Os procedimento da escrita ficcional de José Saramago” e “A ‘teologia ficcional’ nos romances bíblicos de José Saramago” são os temas do livro “A teologia ficcional de José Saramago”



“A matriz política e cultural católica”, “Um ‘caso especial’ ou uma lenta transformação?”, “Singularidades da religião em Portugal”, “Religiosidade popular: ainda e sempre Fátima”, “Estrutura, reprodução e ação social da Igreja Católica”, “Secularização e diversidade interna” e “Pluralização do campo religioso” são os temas refletidos nos capitulos da obra.

Em “A teologia ficcional de José Saramago”, Marcio Cappelli pensa «a literatura como expressão teológica autêntica» e procura «desvendar o universo saramaguiano», sugerindo que o recurso à Bíblia por parte do escritor, «quer seja para a criticar ou homenagear, revela o que poderia ser apelidado de «construção teológica desconstrutiva».

Para o ensaísta, a escrita de Saramago é «capaz de recolher paisagens existenciais belíssimas e, simultaneamente, sem subterfúgios, retratar as angústias fundamentais que compõem o complexo tecido da vida humana».

O volume divide-se em seis capítulos: “Teologia e literatura: encontros e desencontros”, “Teologia de mãos dadas com a literatura: reaproximações”, “Teologia ficcional”, “O ateísmo como ‘locus theologicus’”, “Os procedimento da escrita ficcional de José Saramago” e “A ‘teologia ficcional’ nos romances bíblicos de José Saramago”.

“Livro, texto e autoridade”, de Rita Mendonça Leite, estuda o percurso da Sociedade Bíblica em Portugal «e o plano de divulgação bíblica que a mesma protagonizou», protagonistas «do processo de recomposição religiosa na transição do século XIX para o século XX» (1804-1940).

Dividido em duas partes – “A Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira e o início da sua atividade em Portugal”, “A Sociedade Bíblica em Portugal: plano estratégico e funcionamento prático” – o livro evoca «as primeiras experiências no âmbito do interconfessionalismo cristão e do interdenominacionalismo evangelico» ocorridas no país.

«Intervindo ativamente naquele processo de diferenciação, o papel da Sociedade Bíblica estruturou-se também no âmbito da ampla complexificação do sistema religioso que acompanhou a construção da sociedade liberal em Portugal. Esta obra dá-nos um panorama completo destas tensões e ao mesmo tempo um retrato cativante da sociedade e da religião em Portugal nos séculos XIX e XX.»

Prevê-se que em 2020 se juntem aos primeiros três volumes da coleção igual número de ensaios.


 

 
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