Exposição: "Tecer a esperança"

«Para comemorar os 500 anos da “Igreja dos Italianos” de Lisboa, a exposição itinerante Tecer a Esperança transpõe as fronteiras nacionais e chega a Lisboa com uma edição consagrada a Nossa Senhora de Loreto, a quem é dedicada a igreja, fundada por mercadores italianos em 1518. A exposição, organizada pela Superintendência de Arqueologia, Belas Artes e Paisagem para as províncias de Frosinone, Latina e Rieti, em colaboração com o Parque Arqueológico do Coliseu, a Embaixada de Itália em Lisboa, o Instituto Italiano de Cultura de Lisboa e a Santa Casa da Misericórdia, estará aberta ao público de 16 de março a 19 de maio de 2019 no Museu de São Roque em Lisboa.

Esta exposição tem vindo a apresentar, desde há cerca de dois anos, algumas criações artístico-artesanais de extraordinária execução destinadas a vestir as imagens de madeira presentes nos altares de várias igrejas italianas. Trata-se de vestes que vão mudando de acordo com o calendário litúrgico e que assumem um aspeto ainda mais rico e magnífico por ocasião de certas datas e festividades, quando as imagens são levadas em procissão pelas ruas das aldeias. De facto, são comunidades inteiras que se congregam em torno dessas imagens, desde o delicado momento em que as vestem, demonstrando a vitalidade até aos nossos dias de um fenómeno artístico, religioso e antropológico cujas raízes remontam a vários séculos.

O título da exposição, Tecer a Esperança, quase idealmente, evoca a ideia de «tecer», de «entrelaçar», e também a de «esperança», fundindo-as como que numa unidade espiritual e imaterial.

Como salientou o Superintendente "ad interim", o arquiteto Stefano Gizzi, “Tecer a Esperança significa, assim, que por intermédio de um ofício antigo, o do tecelão, que materialmente se traduz no fabrico de tecidos ou na confeção de roupas, mas que concetualmente remete para uma missão de tecer e entrelaçar vínculos, relações com os homens e com o mundo, se abre para nós uma dimensão diferente, onde as aspirações alimentadas pelos homens nos surgem como metas já não inatingíveis”.

Precisamente nove dos trajes incluídos na exposição dizem respeito à Virgem de Loreto, sendo originários da província de Frosinone, em particular do mosteiro beneditino de Santo André de Arpino, da igreja paroquial de Santa Restituta de Sora, da igreja paroquial de São Barbato em Casalattico, da paróquia de Santa Maria e São Marcelo de São Donato Val Comino e da igreja de Santo Estêvão Protomártir – Santuário da Virgem do Loreto em Fontana Liri, todos ligados à Diocese de Sora-Cassino-Aquino-Pontecorvo, onde sempre existiu uma intensa devoção a Nossa Senhora de Loreto desde o século XVI» (do comunicado de imprensa).

Data: 16.3.2019 a 19.5.2019
Local: Lisboa, museu de S. Roque