Fundador da Principia eleito vice-presidente da Federação Europeia de Editores
Henrique Mota, fundador e diretor da editora Principia, foi eleito, esta terça-feira, vice-presidente da Federação Europeia de Editores (FEP), que nos próximos dois anos será liderada pelo francês Pierre Dutilleul.
Reagindo à eleição, que decorreu em Vilnius, capital da Estónia, o editor de 56 anos manifestou à Lusa a sua satisfeito com a eleição, tendo sublinhado que a escolha decorre também do «reconhecimento da atividade da APEL [Associação Portuguesa de Editores e Livreiros], e dos portugueses».
«Esta eleição é um reconhecimento da importância da indústria editorial portuguesa e, além da sua realidade, da indústria livreira lusófona», sublinhou Henrique Mota, o primeiro português a ser eleito para um cargo no topo da hierarquia da FEP, depois de Fernando Guedes, editor da Verbo, ter presidido ao Grupo de Editores de Livros da União Europeia, antecessora da Federação.
O responsável realçou que «sete dos dez maiores editoriais mundiais têm sede na Europa» e afirmou que as suas duas prioridades vão ser a «defesa do Direito de Autor» e a «harmonização do IVA, tendo em conta o livro, independentemente se for em papel, áudiolivro ou eletrónico».
«A taxa do IVA deve ser redefinida, isto é, ser a mesma, independentemente da sua forma. Um livro vale por si e deve ter o mesmo regime de IVA, seja por “download”, áudiolivro, ou papel», explicou.
O antigo diretor de informação da Renascença e secretário-geral da Universidade Católica Portuguesa, vincou que a FEP deve «manter uma política de proteção dos Direitos de Autor, sem a qual a indústria europeia do livro perderá o seu dinamismo».
Em artigo publicado em 2010 no “Observatório da Cultura” (cf. “Artigos relacionados”), Henrique Mota defendeu que a «a maior dificuldade da editoria católica» e, «paradoxalmente, o maior incentivo ao desenvolvimento de projetos editoriais de matriz cristã e à dedicação profissional dos editores e investidores católicos, resulta da descristianização da sociedade e, por isso, da perda do consenso cultural e social dos valores cristãos».
Para o editor, «o desafio lançado à edição católica continua o mesmo de sempre: coerência e fidelidade à Verdade no momento da definição e da concretização de um projeto empresarial economicamente viável e da determinação de um adequado programa editorial».
«A tentação continua evidente e também a mesma de sempre: transigir e ceder ao encantamento de ocultar o essencial e de esconder as razões da nossa Esperança, nomeadamente com a desculpa de entrar habilmente na vaga cultural para cristianizá-la», assinalou.
Henrique Mota, membro da direcção da APEL e responsável pelo pelouro das Relações Internacionais, fundou em 1997 a Principia, que no seu catálogo propõe «desde títulos científicos a temas religiosos, passando pela literatura, a arte e o desporto ou a música».
A Principia «tem vindo a desenvolver áreas de negócio associadas à produção editorial de obras científicas editadas por terceiros» e assume «a distribuição dos produtos de diversas outras editoras».
Lusa / SNPC/rjm
11.06.14

Henrique Mota
Foto: D.R.









