Intervenção de D. Pio Alves na entrega do Prémio Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes 2013 a Roberto Carneiro
Foi precisamente aqui, no Santuário de Fátima, a 13 de maio de 1967, que o Papa Paulo VI lançou um repto que se veio a tornar um dos motes proféticos da Igreja no mundo contemporâneo: “Homens, sede homens”. De facto, a nossa comum humanidade não é simplesmente uma evidência consumada, mas configura-se como o projeto de uma inteira vida, como uma tarefa que precisamos tomar seriamente em mãos, e que não podemos realizar sós. Nós somos e tornámo-nos, no tempo, aquilo que somos. A nossa humanidade aprofunda-se como um dom contínuo que recebemos de Deus e dos outros. É por isso que a educação, quando entendida neste quadro antropológico, deve ser descrita e compreendida como um ato de amor: trata-se de um investimento na pessoa humana, no seu desenvolvimento integral, que abarca tanto as competências científicas como as fundamentais competências culturais e humanas, ajudando-a a assumir-se como protagonista da história, a par de todas as mulheres e de todos os homens. Com total propriedade, o Concílio Vaticano II chamou à educação “um sagrado direito” (Gravissimum educationis, 1), mas também “um gravíssimo dever” das famílias e das sociedades (Gravissimum educationis, 3).
Hoje temos a grande alegria de entregar ao Engº Roberto Carneiro o prémio “Árvore da Vida/Padre Manuel Antunes”. E fazemo-lo numa tríplice vertente. Por um lado, o Engº Roberto Carneiro é um académico reputado e um perito com créditos internacionais firmados no domínio da educação. A ele devemos uma importante reflexão sobre métodos e políticas educativas. A ele devemos um conjunto notável de intervenções e projetos que têm contribuído para a qualificação humana do nosso viver coletivo.
Mas há mais duas vertentes que gostaríamos aqui de sublinhar. Durante a tarde de hoje a Universidade Aberta concederá ao Engº Roberto Carneiro um doutoramento “honoris causa” assinalando assim uma intensa atividade como professor, ao longo de gerações. O que prova que o Engº Roberto Carneiro não é apenas um destacado teórico da educação, mas está também envolvido no campo da prática.
Há, porém, uma terceira vertente que nos apraz muito sublinhar nesta hora. A presença da sua família nesta sala, da esposa, Drª Maria do Rosário, dos seus filhos e netos prova bem como a paixão pela educação que o nosso agraciado testemunha assenta numa prática familiar, quotidiana e fecunda. Por todos estes aspetos, agradecemos ao Senhor Engº Roberto Carneiro não apenas ser, mas se ter tornado uma “árvore da vida”.
+Pio Alves, Bispo Auxiliar do Porto
Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais
© SNPC | 24.06.13
Roberto Carneiro e D. Pio Alves
Fátima, 21.6.2013
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