A minha primeira palavra é de saudação a todos os presentes.
Saúdo o Senhor Doutor José Carlos Seabra Pereira e os membros do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura e manifesto o meu reconhecimento pelo seu trabalho e pela organização destas Jornadas cujo tema é da máxima importância e atualidade.
Saúdo reconhecidamente todos os Oradores que nos vão ajudar na reflexão através das diversas temáticas patentes no programa e, mais uma vez, a todos vós, que manifestastes interesse em aprofundar um tema que nos envolve a todos e que marca, certamente, a preocupação de todos nós.
No contexto das Jornadas Mundiais da Juventude/2023 que vão ter lugar em Lisboa, no próximo mês de Agosto, todos reconhecemos a importância e a oportunidade de aprofundar a reflexão sobre as problemáticas que afetam a juventude e que devem estar presentes na sociedade em geral.
As Jornadas Mundiais da Juventude são uma grande celebração, a maior de todas em número de participantes, e pretende congregar os jovens de todo o mundo para em conjunto festejar, dar expressão à sua alegria, mas também para manifestarem publicamente os valores que os marcam e, uma vez ansiados por eles, importa ter presentes para edificação da sociedade do presente e do futuro.
Tal facto não se limita aos dias da celebração do grande acontecimento à volta do Santo Padre. Sentimos certamente que o pós-Jornadas se afigura desafiante para todos os que pretendam introduzir nos dinamismos dos grupos, movimentos ou setores socioculturais onde os jovens marcam presença com a finalidade da transformação cultural que todos desejamos, os valores essenciais para a vida da pessoa humana, para o seu desenvolvimento e para a humanidade no seu todo.
É neste contexto que vamos contar com a reflexão dos nossos convidados e que nos irão ajudar a partir da sua experiência como valorizar cada vez mais os jovens e torná-los protagonistas da evolução sociocultural do mundo de hoje.
Verdadeiramente, como se diz na apresentação do programa destas jornadas, «de facto, a relevância dos problemas e das perspetivas de vida peculiares de "Culturas juvenis, questões adultas" impõe-se por si mesma nos nossos dias».
Interpelado pelo facto de alguém ter afirmado que a juventude é o tempo de muitas perguntas à procura de respostas, o Papa Francisco, há pouco tempo na Hungria, perante os jovens, dizia que «é verdade! Importante é haver alguém que provoque e ouça as vossas perguntas e não vos dê respostas fáceis, respostas pré-fabricadas, mas vos ajude a enfrentar sem medo a aventura da vida à procura de respostas grandes. As respostas pré-fabricadas não ajudam, não vos fazem felizes».
E mais à frente dizia: «ajudemo-nos, então, a crer que somos amados e preciosos, que fomos feitos para grandes coisas».
Não poderia terminar sem evocar uma advertência que o Papa Francisco nos coloca no texto da Exortação pós-Sinodal «Cristo Vive», quando afirma que «a juventude não é algo que se possa analisar de forma abstrata» (n.º 71). E, prossegue, «na realidade, “a juventude” não existe; o que há são jovens com as suas vidas concretas» (n.º 71). Aliás, «no mundo atual, cheio de progresso, muitas destas vidas estão sujeitas ao sofrimento e à manipulação» (n.º 71).
O programa oferece-nos um itinerário de reflexão profundo e exigente e os conferencistas, pela sua experiência, dão-nos a certeza de um debate sério e frutuoso.
Bem hajais a todos e boas Jornadas.