«Um mapa, mas cada um faz a sua viagem. Uma série de histórias que nos levam a querer, também, experimentar a vida – a vida aberta à surpresa e ao sentido»: este é o desafio, desdobrado em dez, lançado no livro “Livres para acreditar”, de Michael Paul Gallagher, recentemente publicado pela editora Apostolado da Oração.
Professor de literatura durante vinte anos, antes de ser convidado a integrar o Conselho Pontifício da Cultura, o autor, falecido em 2015, ousa «o desafio de propor a fé cristã num tempo cada vez mais hostil ao Evangelho de Jesus Cristo», sublinha o texto de apresentação da obra, da qual transcrevemos a introdução.
O que oferece o religioso jesuíta neste volume, que é «mais para fazer do que para ler»? «Quem for muito cético ou não crente poderá, pelo menos, entender que encontro é esse a que os cristãos chamam Fé. E quem for crente poderá praticar este livro para se tornar mais livre».
Histórias sobre estar pronto
Michael Paul Gallagher, sj
In “Livres para acreditar – Dez passos para a Fé”
«Só posso responder à questão “O que devo fazer?” se puder responder à questão anterior, “De que história ou histórias vejo que faço parte?”» (Alasdair MacIntyre)
Shakespeare não costuma repetir-se muito, mas em Hamlet e no Rei Lear duas personagens diferentes exprimem uma mesma pérola de sabedoria, e em momentos da tragédia praticamente idênticos – no acto V, cena II de ambas as peças. De facto, estes dois momentos abordam a chegada da morte. No Rei Lear, quando o exército do Rei foi derrotado, Edgar quer levar o seu pai cego para longe do perigo, e afirma: ‘os homens têm de conseguir aguentar o caminho que têm pela frente, mesmo quando este está próximo do fim. O que importa é estar maduro’ (‘Ripeness is all’). Em Hamlet, o príncipe está a falar com Horácio sobre o duelo que irá levá-lo à morte e exprime uma certa serenidade religiosa: ‘há uma providência especial na queda de um pardal... o que importa é estar pronto’ (‘the readiness is all’).
Este livro começa com a intuição de que muitas vezes não estamos prontos ou preparados para a fé, “eis a questão” (ainda como Shakespeare diria). ‘Problemas de fé’ são frequentemente mais bloqueios no coração do que na cabeça. Se, como diz São Paulo, a fé vem do ouvir (Rm 10,14) e se no mundo de hoje muitas pessoas parecem incapazes de dizer ‘sim’ à fé cristã, a questão central prende-se com o que pode estar a causar a surdez, ou com não estar preparado, ou com a falta de uma verdadeira liberdade para escutar e acolher.
Por uma feliz coincidência, uma obra-prima do cinema faz também referência a esta intuição de Shakespeare sobre ‘estar pronto’. As palavras ‘Estou pronto’ aparecem duas vezes, misteriosamente, no ecrã de um computador na obra de Kieslowski Decálogo I. O filme passa-se em Cracóvia, na Polónia, a personagem principal é um não-crente – não do tipo militante, mas alguém que está à procura – com uma confiança total na ciência. Quando esta mensagem lhe aparece pela primeira vez, ele desliga o ecrã, um pouco desconcertado. Mas quando estas palavras aparecem pela segunda vez é mais dramático: o seu pequeno filho afogou-se a patinar no gelo, que parecia suficientemente duro, mas que derreteu – apesar dos cálculos feitos com ajuda de um computador. Perto do fim do filme, vemos o pai desfeito, sentado no seu apartamento, e com o seu rosto dividido em dois, por luzes diferentes. Da sua esquerda vem uma luz dourada, e da sua direita uma luz verde mais fria, vinda do computador. Ele olha para o ecrã e de novo aparece o ‘Estou pronto’, seguido por um cursor que pisca, como que convidando a uma resposta. O filme salta daí para uma cena da mesma personagem, que entra de noite numa igreja vazia, avançando devagar, e vai derrubar um altar cheio de velas – num gesto lento, mais de desespero do que de rejeição. Ele inclina-se inclusivamente, por um momento, diante do altar derrubado, com uma espécie de reverência ou rendição. Podemos ver que um salpico de cera caiu num ícone da Virgem, que por causa disso parece estar a chorar. Retirando um aro de gelo de uma fonte, o professor ateu coloca-o na sua testa, como se estivesse a rezar ou a ser baptizado. Gotas do gelo derretido caem do aro sobre a sua mão. É a última imagem dele no filme.
‘Estou pronto’: da segunda vez, num certo sentido mais profundo, ele não apagou a mensagem. Muito tinha já derretido. E por isso este filme (que é sobre o primeiro mandamento) evoca uma imagem diferente de Deus: não já uma Explicação mas uma Presença, mesmo na dor. Mas, para chegar a este estado de ‘prontidão’, isso implicou uma luta árdua de descongelamento e de liberdade.
Este vai ser um livro sobre fé, mas antes de mais nada é sobre o darmo-nos ao trabalho de nos tornarmos livres. Porque é que se coloca a questão deste modo? Porque a maior parte das pessoas, incluindo eu próprio, nem sempre se dão ao trabalho de serem livres, e porque a maior parte das nossas dificuldades de fé estão ligadas a esta falta de liberdade. Raramente são um problema de verdade propriamente dita.
Pessoalmente, quando passo por alguma crise de fé, quase sempre encontro uma não-liberdade. Posso ter caído nalgum tipo de modo de vida superficial – como, por exemplo, estar superocupado e, no entanto, espiritualmente subnutrido. Pode ser que a minha fé humana – a minha confiança nos outros ou em mim próprio – tenha sido desfalcada por alguma dor ou alguma desilusão. Posso estar fechado numa das metades da minha humanidade, tal como a metade daquele rosto, verde ou friamente lógica, no Decálogo I, e por isso, sem liberdade para poder escutar a luz e o comprimento de onda da busca, que são mais do tipo intuitivo. Ou posso estar a andar um pouco à deriva, ao sabor das marés que me rodeiam, e nesse caso as correntes predominantes fazem com que Deus se torne irreal. Qualquer que seja a sua origem, há momentos em que a fé em Deus se eclipsa literalmente, porque alguma coisa se colocou no meio. Quando isso acontece, não fará muito sentido estar a querer explorar o sentido que a fé pode ter, e esquecer-se do eu não livre, do mesmo modo que não adianta tentar arranjar um aparelho de televisão quando rebenta um fusível. Tenho de ir ver onde está o problema, e isso vai implicar algum tipo de esforço de libertação.
Na minha infância, fascinavam-me as histórias de fugas ou de libertação, e nesse período a seguir à Segunda Guerra Mundial parecia que havia um número sem-fim delas. Muito tempo depois de ter deixado para trás o meu vício por histórias desse tipo, apercebi-me de que havia nessas histórias um paralelo religioso. A fé cristã não é uma questão de se acreditar em factos históricos ou invisíveis. Tem muito mais a ver com histórias, histórias verdadeiras, histórias de libertação. É justamente desde o evento fundador da fé judaica, chamado êxodo, até ao evento fundador da fé cristã, chamado Ressurreição, que encontramos todo um conjunto de histórias de libertação.
Libertar-se da Prisão
Essas fugas da prisão das minhas leituras de infância parecem ter uma estrutura básica comum; pelo menos é desse modo que eu agora me recordo delas. Havia normalmente um primeiro período em que os prisioneiros tinham de acreditar que a liberdade era possível e em que tinham de arranjar coragem para fugir. Alguém com imaginação começaria por despertar a esperança dos outros. Muitas vezes havia um prisioneiro que era importante, mas que no início não mostrava qualquer interesse em tentar fugir, pois já se tinha habituado à vida da prisão e tinha-se tornado apático. Por isso a primeira fase da história de libertação incluiria também um enredo de motivação, uma luta de disposições e de atitudes. Uma vez que as pessoas conseguissem ver que a liberdade não era impossível, seguir-se-ia um período de actividades em segredo para a preparação da fuga, a juntar equipamento, a cavar um túnel, a ensaiar as várias tarefas.
Por fim chegaria a aventura da fuga propriamente dita: para além dos inimigos previsíveis como cães, holofotes, arame farpado, cercas electrificadas, torreões com armas, etc., acontecia quase sempre algo de imprevisto para aumentar o drama. Vinha a descobrir-se que as pilhas para uma lâmpada que tinha sido cuidadosamente escondida estavam afinal sem energia. Os alicates para cortar os arames tinham ficado esquecidos e alguém teria de voltar à barraca. Um guarda mais simpático vinha meter conversa exactamente quando a operação estava para começar. Mas, de uma maneira ou de outra, estes percalços eram ultrapassados. Os prisioneiros transpunham o obstáculo final e conseguiam chegar ‘lá fora’. Mas o drama ainda não tinha terminado pois estavam ainda em território inimigo e tinham ainda uma longa caminhada a fazer até alcançarem a liberdade plena. A juntar-se a todos os perigos exteriores da estrada, agora o novo inimigo torna-se o desespero: os fugitivos precisam do encorajamento uns dos outros para continuar a fazer o caminho, e poucos conseguem percorrer o território inimigo sem algum tipo de ajuda, ou planeada à partida ou encontrada por acaso pelo caminho.
Nestas páginas quero explorar a fé, pelo menos num primeiro momento, como uma história de fuga para a liberdade. Sem um certo tipo de autolibertação a vários níveis, a fé, hoje em dia, pode ser impossível. Mas esta liberdade é apenas uma primeira aventura, ainda que difícil. Há muitas questões que permanecem: Porque é que estamos aqui? Será que Deus é apenas uma fantasia nossa? De que é que estou à procura na vida? Se Deus existe, será que posso, de algum modo, fazer experiência d’Ele? E, de qualquer forma, que diferença é que a fé poderia fazer? Após a nossa primeira parte, intitulada ‘Histórias de Libertação’, a segunda parte deste livro tem por título ‘Histórias de Busca’: o livro levanta questões deste tipo, e explora sobretudo quatro grandes modos de procurar Deus.
Mas uma busca não implica necessariamente que se consiga encontrar ou que haja Alguém que possa ser encontrado. Fica ainda um outro caminho por fazer. A nossa terceira secção intitula-se ‘Histórias de Amor’ e é aqui que Jesus Cristo entra em cena. Para aquele que se torna cristão, o eixo central é a descoberta de Deus através deste Homem. Para algumas pessoas, essa relação é o princípio e o fim da caminhada. Mas a minha intuição é que, para muitos dos meus amigos ‘não crentes’, qualquer tipo de revelação tem de ser preparada. Histórias de libertação e histórias de busca vêm naturalmente em primeiro lugar e só depois é que as histórias de amor se podem tornar credíveis.
Um Padrão Triplo
Tenho-me apercebido de que este padrão se desenvolve em muitas áreas, desde as questões colocadas por outras pessoas até à minha própria oração. Ao longo dos dezoito anos em que ensinei na universidade, sempre apreciei muito o tempo que passava com os estudantes que queriam falar de ‘religião’. Porém, enquanto ficávamos a discutir a fé como uma questão ‘exterior’, a conversa permanecia a uma certa distância da realidade pessoal. Faltava-lhe algo mais concreto, pois, para a maior parte dos estudantes que conheci, as verdadeiras lutas não eram, numa primeira fase, de carácter religioso. Por isso, ao longo dos anos, fui sendo levado a mudar os temas destes encontros. Costumava surpreender as pessoas ao dizer: ‘Não estou muito interessado em falar sobre Deus; estou mais interessado em falar sobre ti’. No início, isto baseava-se na intuição de que aquilo que eles queriam não era propriamente falar de teologia, mas sim terem um espaço para a verdade sobre si mesmos. A pouco e pouco, esta atitude começou a tornar-se uma opção deliberada e esta é um pouco a base deste livro. Pode ser que seja necessário algum tipo de ‘luta para se libertar’ de um eu superficialmente argumentativo antes de se poder abordar buscas e questões profundas. Talvez só depois deste percurso lento e difícil de procura é que se possa entrar no limiar da Revelação – que é a história de amor de Deus.
Vejo mais ou menos o mesmo padrão nos meus próprios esforços de oração. Quase sempre começo na dispersão e é preciso paciência para ‘me libertar’ da prisão que são as pequenas distracções e recompor-me numa certa unidade e serenidade. Só depois disso é que posso entrar numa fase de procurar encontrar-me com Deus – uma outra versão da ‘busca’. Por vezes posso chegar a experimentar a graça de escutar o ‘amor’ e de me sentir fortalecido para poder amar. Este livro espera conseguir estudar essa sequência de três histórias como um conjunto natural de caminhos para a fé. Talvez só depois de me ter esforçado para conseguir uma autolibertação inicial, e após ter lutado com muitas questões, é que poderei estar suficientemente maduro para o encontro com Cristo.
O nosso plano é então explorar a procura da fé como uma caminhada ou uma história tripla:
• uma caminhada de liberdade – histórias libertação;
• uma caminhada de verdade – histórias de busca;
• uma caminhada de receber e de dar – histórias de amor.
Estes três movimentos correspondem às três partes que compõem este livro. E é um padrão que pode ocorrer várias vezes na história de uma mesma vida: depois de nos termos libertado e de termos procurado, estaremos mais preparados para o amor.
Além deste desenvolvimento em três movimentos principais, o livro pode também ser lido, como o seu subtítulo sugere, como uma sequência de dez passos para a fé. Quatro passos dedicados a vários tipos de liberdade (histórias de libertação). Quatro passos que exploram abordagens diferentes da questão de Deus (histórias de busca). E dois passos finais que entram nas questões fundamentais da revelação cristã (histórias de amor). Os temas da busca e do amor serão abordados mais adiante, no início das respectivas secções.
O Objectivo da Nossa Atenção agora
Apesar de não tratar de questões tradicionais de teodiceia, tal como o problema do mal, este livro tenta evidenciar o que podem ser bloqueios que impedem as pessoas de se tornarem psicologicamente livres para a fé. Depois prossegue, tentando ver como é que os caminhos da fé se podem tornar credíveis na nossa cultura. E finalmente procura imaginar como é que o cristianismo pode ser acolhido e vivido hoje. Se em Help my Unbelief (Ajuda a Minha Pouca Fé), o meu primeiro livro sobre todos estes temas, a preocupação central eram os problemas explícitos do significado religioso e da pertença à Igreja, o presente livro tenta explorar obstáculos mais silenciosos, implícitos na cultura contemporânea. Começa com uma outra face da descrença – não tanto o ateísmo, mas mais a desorientação espiritual, tão característica dos nossos tempos.
Por detrás deste livro encontra-se a minha experiência pastoral pessoal, com o seu misto de gratidão, de exasperação e de esperança. O motivo da gratidão é suficientemente óbvio: foi sempre um privilégio poder escutar gente nova, a confiar-me algo mais profundo de si mesma e do seu limbo de incerteza sobre a fé. A exasperação provém do facto de o seu vocabulário de fé ser muitas vezes tão limitado – raramente devido a qualquer culpa da sua parte. Parecia que tinha recebido uma overdose de práticas conformistas, de códigos morais e de pedaços de dogmas não digeridos, com o resultado de grande parte das conversas sobre religião gravitar em torno destes limitados horizontes. Parecia subnutrida em qualquer tipo de linguagem de busca mais profunda. Daí nasceu a esperança de explorar um outro modo de abordar a visão cristã para os dias de hoje, percorrendo um longo caminho em direcção ao seu significado. Decidi tentar escrever um livro que pudesse evitar limites estreitos e eclesiais e abrir um leque mais amplo de temas para as gerações mais novas. Queria evocar um conceito de Igreja mais rico do que aquele que elas possam ter encontrado, recorrendo a uma tradição de fé de séculos.
Resumindo, este livro procura atingir vários objectivos:
(1) abordar uma apologética (ou caminhada imaginativa em direcção à fé) diferente;
(2) oferecer alimento para crentes que queiram fortalecer a sua fé, que é sempre frágil;
(3) ser um manual prático sobre como escapar da não-liberdade, nos seus muitos disfarces.
Mas, acima de tudo, gostaria que este livro fosse digno dos meus muitos amigos ‘menos religiosos’. Queria que ele fizesse justiça aos seus esforços para encontrar um sentido para a vida, à sua honestidade ao dizerem ‘não obrigado’ a muitas coisas da religião de que eles se apercebem. Ficaria muito contente se estas páginas servissem de ajuda a alguém na sua luta para conseguir escapar para uma nova liberdade. As palavras de Jesus são muitas vezes citadas, ‘a verdade vos libertará’ (Jo 8,32). Este livro trata mais de uma liberdade prévia, necessária para que se possa estar preparado para a verdade.
Como Ler Este Livro?
Uma resposta rápida seria – fazê-lo seu. Que ele ajude o leitor a descobrir a sua história de libertação-busca-amor. Estes capítulos, pelo facto de serem colocados numa certa sequência, procuram fornecer-lhe um mapa para uma possível decisão sobre a fé. É como se estivesse a fazer um telefonema a pedir conselhos para uma viagem de um fim-de-semana de férias. Dir-lhe-iam quais são os melhores caminhos a seguir para evitar maiores demoras e dificuldades. Mas estas indicações não o levarão ao seu destino; terá de ser o leitor a fazer a viagem.
A minha esperança é que faça pausas frequentes ao longo da sua viagem nestas páginas, não apenas para verificar o que diz o mapa, mas também para se descontrair e apreciar a paisagem de um modo mais pessoal. As dez secções de ‘pistas’ no fim de cada ‘passo’ estão explicitamente pensadas para o convidar a uma resposta desse tipo – um pouco como as áreas de descanso ou de piqueniques que há nas estradas. Oferecem por isso uma maneira diferente de trabalhar cada uma das etapas. Algumas vezes sugerem exercícios de meditação ou de imaginação. Outras vezes recorrem a pensamentos e escritos de outras pessoas, como um meio de oferecer horizontes mais amplos e mais aprofundados.
Com a segunda edição deste livro, ainda que a estrutura permaneça a mesma, aproveitei a oportunidade para desenvolver vários pontos, para alargar e actualizar as citações, e para aumentar a sua linguagem inclusiva. Há secções substancialmente novas que tratam de Pascal e Maritain e da questão das provas da existência de Deus. Há matéria adicional sobre ciência e fé. E o tema da cultura está também mais desenvolvido: de facto, estive nessa altura a trabalhar, durante cinco anos, no Pontifício Conselho para a Cultura, no Vaticano.
Alguns amigos meus que leram o rascunho deste livro, e a quem estou muito grato pela ajuda, gostaram dos fragmentos das citações distribuídos ao longo do meu próprio discurso. Por isso corri o risco de incluir uma grande quantidade delas, muitas vezes sem as comentar. A intenção é serem armadilhas para capturar o pensamento, um pouco como os sinais para abrandar que se encontram na estrada. E também são um reconhecimento da dívida que tenho para com autores que percorreram este caminho antes de mim. Eu limitei-me a construir a minha própria síntese a partir de uma sabedoria maior e mais antiga, na esperança de a partilhar com os companheiros de busca de hoje.