«Uma peça de arquitetura maior na História de arquitetura do século XX em Portugal que não merecera até agora um livro dedicado, vê hoje a sua valia destacada por um guião expressamente preparado, cuidadoso e revelador de novos aspetos, por Cátia Santana; por um ensaio fotográfico por um jovem estudioso da arquitetura religiosa, Hugo Casanova; e por um aturado estudo histórico por dois dos investigadores mais conhecedores no país da arquitetura da Igreja Católica, João Alves da Cunha e João Luís Marques.»
É nestes termos que a arquiteta e professora Madalena Cunha Matos apresenta o novo livro dedicado à igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Lisboa, declarada monumento nacional em 2010, cujo auditório recebe a 17 de junho, pelas 18h00, a sessão de lançamento da obra, prefaciada pelo pároco, Cón. António Janela.
O volume, intitulado "Igreja do Sagrado Coração de Jesus – Lisboa. 50 Anos de Arquitetura Religiosa Moderna / 1970 – 2020", revela «elementos fundamentais para a compreensão do complexo», como «peças desenhadas», «esquissos da fase do concurso e do desenvolvimento da proposta, e uma transcrição da Ata do Concurso que deu a vitória em 1962 à equipe de arquitetura de Nuno Teotónio Pereira, Nuno Portas, Vítor Figueiredo e Vasco Lobo, coadjuvados pelos tirocinantes Luís de Almeida Moreira e Pedro Vieira de Almeida».
Os leitores podem também conhecer uma memória fotográfica de autoria de José Nunes Correia, fotógrafo ativo entre 1940 e 1969 e proprietário de uma casa fotográfica com sede na Rua da Misericórdia em Lisboa, que «reproduz registos do complexo do ano de inauguração da primeira fase do empreendimento construtivo - a igreja», assinala Madalena Cunha Matos, que apresentará o livro.
Dedicada a 19 de junho de 1970, esta «igreja cosmopolita» foi «inovadora na sua inserção urbana, mas também na experimentação e uso do betão, incorporando o conhecimento técnico e as influências artísticas da época no panorama arquitetónico dos anos 1960», explica o texto de apresentação do livro.
«O espaço da igreja e do centro paroquial conjuga urbanidade e interioridade, síntese de uma vontade de abrir o seu espaço central à cidade, à comunidade e à participação religiosa, no espírito do Concilio Vaticano II», sublinha a nota.