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O poder do amor: Cardeal Seán O’Malley no doutoramento “honoris causa” na Universidade Católica

O discurso do cardeal norte-americano Seán O’Malley na sessão em que recebeu o doutoramento “honoris causa” na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, a 15 de junho de 2018, é um dos textos incluídos no novo livro “Gambiarras de luz”.

A obra, recentemente lançada pela Paulinas Editora, contém homilias e intervenções do prelado que o papa Francisco chamou para integrar o restrito grupo de cardeais que o aconselha, e que desde há muito acompanha comunidades portuguesas dos EUA, primeiramente na diocese de Fall River, e agora na arquidiocese de Boston, de que é arcebispo.

«Nas homilias aqui apresentadas transparece a mesma imagem dele que se tem encontrando-o na vida, fora das ocasiões oficiais devidas ao seu estatuto: hábito capuchinho, sandálias nos pés, uma simples cruz ao peito e uma barba grisalha», escreve na apresentação o P. Raniero Cantalamessa, franciscano capuchinho como O’Malley, e pregador da Casa Pontifícia.

As reflexões deste livro são «modestas tentativas de um pastor para ajudar as pessoas a roubarem um pouco da luz dos céus, conectando-se à mensagem de Jesus no Evangelho, à sabedoria do magistério da nossa Igreja e às perceções de um simples frade que, improvisando e por tentativa e erro, busca penetrar uma luz e uma sabedoria que não são dele, mas sim a dádiva gratuita de um Deus cheio de amor», assinala o cardeal.

 

O poder do amor
Card. Seán O’Malley
In “Gambiarras de luz”

Nos dias antes da televisão, o meu sábado à tarde era passado – como o de todas as crianças que eu conhecia – a ir ao cinema e, a seguir, à igreja paroquial para nos confessarmos. O meu pai dizia: se está na hora de cortar o cabelo, está na hora de ir à confissão. Ele assumia que os nossos pecados cresciam ao ritmo das nossas melenas.

A nossa infância foi passada a ver filmes de cowboys. As matinées começavam às 13. Eram sessões a 25 tostões que incluíam dois filmes, um noticiário – não havia CNN nessa altura –, desenhos animados e uma novela que continuava todas as semanas e que, invariavelmente, acabava com uma última cena dramática pensada para manter os espectadores em suspense, na expectativa de descobrir se o herói que tinha saltado de um avião, sem paraquedas, caído em águas infestadas de tubarões, em território de canibais e sob uma chuva de flechas envenenadas..., tinha conseguido sobreviver. Claro que sobrevivia, mas era preciso esperar toda a semana para descobrir de que maneira. Foram esses filmes que nos deram a expressão «cliffhanger» para indicar um final incerto e perigoso.

Aliás, na América do século XX, os filmes de cowboys constituíam cerca de um quarto de todos os filmes e um quarto de toda a televisão em horário nobre. O herói cowboy era sempre um indivíduo atlético, completamente autossuficiente e que, por seus próprios esforços e determinação, conseguia superar todas as adversidades.

Aos nossos heróis do western foram-se juntando Ayn Rand, o detetive privado do filme Noir, Rambo, Rocky, Luke Skywalker. O individualismo e o espírito de competição tornaram-se os valores nacionais mais importantes assim personificados nos nossos ícones culturais.



Estamos todos imersos numa cultura que dá uma parte de leão às celebridades e, muitas vezes, apresenta-nos heróis que são a personificação do individualismo extremo e galopante da nossa sociedade. A educação católica existe para apresentar um ideal muito diferente



Até certo ponto, estes personagens «em bruto», com estatuto de heróis, foram substituídos pelas celebridades de hoje, muitas das quais são famosas só porque o são, e tantas vezes não fazemos ideia como é que entraram no nosso quotidiano. Gostamos deles porque são celebridades, não por qualquer coisa que tenham feito. Por vezes, o que confere celebridade é ter talento no cantar, no desporto, no entertainment, alguma proeza intelectual ou apenas a boa aparência. E porque vivemos numa cultura viciada no entertainment, as celebridades constituem uma parte muito importante do panorama.

Na realidade, estamos todos imersos numa cultura que dá uma parte de leão às celebridades e, muitas vezes, apresenta-nos heróis que são a personificação do individualismo extremo e galopante da nossa sociedade.

A educação católica existe para apresentar um ideal muito diferente do ideal dos heróis e do mundo das celebridades.

A verdade é que fomos postos neste mundo para tomar conta uns dos outros. Para o não-crente, o universo e a própria vida são fruto de um acaso, um acidente. Para o crente, o universo e a vida são resultado de amor. É uma diferença fundamental!



Eu sei que agora se diz muito: «Eu sou espiritual, mas não religioso.» Que quer dizer que posso ter uma relação com Deus sem fazer parte de uma Igreja. Contudo, Jesus é o noivo, não o viúvo. Não existe separado da sua noiva, a Igreja. Jesus ensinou-nos claramente que o discipulado não é um voo a solo



Quantas vezes a cultura popular e a comunicação social que são os grandes prosélitos da nossa época, apregoam uma forma de existência consumista altamente alienante, convencendo-nos a adorar os deuses do comércio e do dinheiro e a autopromoção acima de tudo. É-nos dito que aquilo que verdadeiramente interessa é adquirir coisas, vestir a roupa certa, guiar os carros certos, viver no sítio certo, e assim tudo estará bem. Na verdade, os inevitáveis sofrimentos e perdas que se intrometem, até na vida mais bem planeada e orquestrada, arranjam maneira de baralhar as coisas.

O que nos traz felicidade é uma vida de fé com propósito e sentido de missão. Neste mundo em que as pessoas põem escarrapachada a sua filosofia de vida em autocolantes nos vidros dos carros, vi uma t-shirt que dizia: «Ganha aquele que tiver mais dinheiro quando morrer.» Assim, numa t-shirt parece absurdo, mas muitos vivem a sua vida como se disso de facto se tratasse.

Exorto-vos a que sejais parte de uma comunidade de fé, de uma comunidade que louva a Deus, que vos possa sustentar e nutrir o vosso idealismo e propósito. Eu sei que agora se diz muito: «Eu sou espiritual, mas não religioso.» Que quer dizer que posso ter uma relação com Deus sem fazer parte de uma Igreja. Contudo, Jesus é o noivo, não o viúvo. Não existe separado da sua noiva, a Igreja. Jesus ensinou-nos claramente que o discipulado não é um voo a solo. Aprendemos a ser pessoas de fé da mesma maneira que aprendemos uma língua, fazendo parte de uma comunidade que fala essa língua.



A nossa fé é uma luz que nos permite ver mais dentro da realidade, descobrir a presença amorosa de Deus e, ao descobrirmos Deus, descobrimos quem somos, porque estamos aqui e o que devemos fazer das nossas vidas



Quando o papa Francisco celebrou a sua Missa inaugural, falou de São José que descreveu como um protetor. O Santo Padre diz que cada um de nós tem também vocação para ser um protetor.

Chamados a sermos protetores e cuidadores, não podemos ficar indiferentes ao sofrimento e à injustiça que estão à nossa porta. A nossa existência, ela própria, é resultado de amor. Temos a nossa origem e o nosso destino no amor de Deus. Na nossa ligação a Deus estamos ligados uns aos outros. O nosso Deus confiou-nos este mundo. A nossa tarefa, como dizem as nossas irmãs e irmãos judeus, é tikkun olam (reparar o mundo). O nosso mundo precisa de muita reparação, muitos cuidadores e muitos protetores. Heróis solitários e celebridades não vão dar conta do recado.

Todos os anos em janeiro acompanho centenas de estudantes a Washington para participar na Marcha Pró-vida. Num dos anos em que visitámos o Museu do Holocausto, como parte do programa, fiquei muito impressionado com uma carta que um sobrevivente chamado Hiram Ginnott escreveu aos professores. Nessa carta endereçada aos educadores, ele diz que os seus olhos viram aquilo que nenhum ser humano deveria testemunhar: câmaras de gás construídas por engenheiros competentes, crianças envenenadas por médicos especializados, bebés mortos por enfermeiras profissionais, crianças e mulheres alvejadas e queimadas por jovens com o curso dos liceus e formados em universidades. Compreenderão, dizia ele, que desconfie da educação. O meu pedido é que ajudem os vossos alunos a que se tornem mais humanos. Os vossos esforços não podem nunca produzir monstros encartados, psicopatas habilidosos, quais Eichmanns educados. E concluía: a leitura, escrita e aritmética são importantes apenas se servem para tornar as pessoas mais humanas.

Todos somos testemunhas de como a tecnologia e a ciência podem estar ao serviço do egoísmo e do mal. Mas, desde o tempo de São Bento, já lá vão mil e quinhentos anos, a tarefa da educação católica tem consistido em ajudar as pessoas a se tornarem mais humanas.



A nossa comunidade de fé tem a responsabilidade de preparar o mundo para trazer cura e paz, desencadeando essa força de amor que é a santidade. O que nos humaniza é aperfeiçoarmos a imagem de Deus em nós



Em casa dos meus pais havia uma fotografia fantástica dos meus avós irlandeses, em Lakewood (Ohio). O meu avô era dono do primeiro carro que houve na nossa terra e temos várias fotografias dele e da minha avó no seu Ford modelo T ou lá o que era, com óculos de proteção e umas ga bardines contra o pó da estrada que pareciam roupões: o meu avô com um boné de pele e a Nana com um grande chapéu firmemente atado à cabeça por um grande lenço. Estavam assim preparados para a perigosíssima velocidade de quinze quilómetros à hora. Antes de morrerem, os meus avós viram um homem chegar à Lua. O século XX foi, na história da humanidade, o século dos maiores progressos científicos e tecnológicos. A televisão, a internet, as telecomunicações, cura e tratamento para tantas doenças que antes eram fatais, inúmeras descobertas e invenções esplêndidas que tornaram a nossa vida mais fácil e nos trouxeram muito bem-estar. E, no entanto, ao mesmo tempo, o século XX foi o mais violento da história do Planeta. Duas guerras mundiais, o holocausto, a bomba atómica, o apartheid, a legalização do aborto e tantos exemplos de genocídios, abuso do ambiente e a erosão dos valores. A carta de Hiram Ginnott é verdadeiramente profética.

A ciência e a tecnologia podem expandir o nosso conhecimento do mundo, mas não terão nunca capacidade de nos ensinar o valor das coisas ou o sentido da existência, o propósito e a missão das nossas vidas. A nossa fé é uma luz que nos permite ver mais dentro da realidade, descobrir a presença amorosa de Deus e, ao descobrirmos Deus, descobrimos quem somos, porque estamos aqui e o que devemos fazer das nossas vidas. Esta sabedoria começa quando descobrimos quão grande e maravilhoso é o nosso Deus. É então que percebemos que não estamos aqui por acaso. Estamos aqui por causa do amor de Deus e a nossa vida tem um propósito.



Rogo-vos para tudo fazerem concorrer de modo que os alunos desta venerável instituição se tornem mais humanos, ajudando-os a serem mais santos



Deus criou-nos para a amizade, não para estarmos isolados, cada um como um ser autónomo que procure exclusivamente a sua própria vantagem e bem-estar longe dos outros. O papa Francisco publicou um convite comovente a abraçarmos a nossa vocação à santidade, na sua Exortação Gaudete et exsultate. Ser santo é ser plenamente humano, é realizar todo o nosso potencial. As escolas e universidades ca tólicas existem para ajudar as pessoas a se tornarem plenamente humanas, a crescerem em santidade.

O papa Francisco diz: «Não tenhas medo da santidade. Não te tirará força, nem vida nem alegria. Muito pelo contrário, porque chegarás a ser o que o Pai pensou, quando te criou, e serás fiel ao teu próprio ser. Depender dele liberta-nos das escravidões e leva-nos a reconhecer a nossa dignidade» (GeE, n. 32).

O Santo Padre encoraja-nos a pormos a fasquia mais alto, a nos deixarmos amar e libertar por Deus. Ele diz-nos que «a santidade não faz de nós menos humanos, porque é o encontro da nossa fragilidade com a força da graça de Deus. “No fundo – como dizia Léon Bloy –, na vida, existe apenas uma tristeza: a de não ser santo”» (GeE, n. 34).

O papa Francisco deu-nos uma lição muito prática e acessível sobre a santidade cristã. Ele mostra-nos que a santidade é seguir Jesus, experimentar os mistérios da sua vida. Consiste em estar unidos na sua Morte e Ressurreição, mas também em reproduzir nas nossas vidas vários aspetos da vida do Senhor na terra: a vida escondida em Nazaré, a vida de família, trabalho, hospitalidade e oração. Quer dizer, experimentar a sua vida na comunidade com os Apóstolos e discípulos, a sua proximidade com os rejeitados, a simplicidade do seu modo de vida, e as palavras e atos que traduzem o seu amor abnegado.



O mundo tem suficientes cowboys e celebridades. Precisamos de homens e mulheres capazes de amar e servir, capazes como Cristo de fazer dom de si mesmos



O papa Francisco diz que as Bem-aventuranças são como que os dados do bilhete de identidade do cristão, de tal forma que se alguém nos perguntar o que é preciso fazer para ser um bom cristão, a resposta é clara. Temos de fazer, cada um à sua maneira, o que Jesus nos indica no Sermão da Montanha. Nas Bem-aventuranças, com as suas promessas de felicidade para os pobres, os misericordiosos, os que constroem a paz e os que têm compaixão, encontramos um retrato do Mestre que somos chamados a imitar nas nossas vidas. Temos de deixar que o Sermão da Montanha «nos fustigue com as suas palavras, nos desafie, nos chame a uma mudança real de vida» (GeE, n. 66).

No capítulo 25 de São Mateus, Jesus desenvolve a Bem-aventurança que declara abençoados os misericordiosos. Este Evangelho revela a santidade que agrada ao Senhor e dá-nos um critério claro para aquilo sobre o que seremos julgados: «Tive fome e deste-me de comer, tive sede e deste-me de beber, era estrangeiro e acolheste-me, estava nu e vestiste-me. Estava doente e cuidaste de mim, na prisão e foste-me visitar.»

«Esta passagem do Evangelho não é um mero convite à caridade.» É, como diz o papa Francisco: «uma página de Cristologia que projeta um feixe de luz sobre o mistério de Cristo. Neste apelo a reconhecê-lo nos pobres e atribulados, revela-se o próprio coração de Cristo, os seus sentimentos e as suas opções mais profundas, com as quais se procura configurar todo o santo» (GeE, n. 96).

Num mundo onde as divisões e os individualismos extremos ameaçam o Planeta, o antídoto é a santidade. A nossa comunidade de fé tem a responsabilidade de preparar o mundo para  trazer cura e paz, desencadeando essa força de amor que é a santidade. O que nos humaniza é aperfeiçoarmos a imagem de Deus em nós. Somos feitos à imagem e semelhança de Deus e é essa a fonte da nossa dignidade. Imagem que se manifesta quando vivemos o amor de Deus como protetores e cuidadores daqueles que estão à nossa volta e do próprio Planeta, nossa casa comum.



A solidariedade não é sentimentalismo ou uma vaga compaixão ou empatia com o sofrimento de tantos, mas pelo contrário é uma determinação firme e perseverante de cada um se comprometer com o bem comum



Assim como o sobrevivente do Holocausto, Hiram Ginott apelou aos educadores para animarem os seus educandos a serem mais humanos, eu rogo-vos para tudo fazerem concorrer de modo que os alunos desta venerável instituição se tornem mais humanos, ajudando-os a serem mais santos. O mundo tem suficientes cowboys e celebridades. Precisamos de homens e mulheres capazes de amar e servir, capazes como Cristo de fazer dom de si mesmos.

Ser protetor e cuidador requer coragem e generosidade. São estes que reparam o nosso mundo e traduzem a nossa esperança para o futuro. A solidariedade é uma expressão do grande mandamento que nos chama a formarmos uma comunidade entre as gentes que permita ultrapassar as estruturas de pecado e opressão que aviltam a humanidade. Por cima de laços humanos e naturais, já de si tão fortes, a fé leva-nos a entrever «um novo modelo para a união da humanidade». O Santo Padre insiste que a solidariedade não é sentimentalismo ou uma vaga compaixão ou empatia com o sofrimento de tantos, mas pelo contrário é uma determinação firme e perseverante de cada um se comprometer com o bem comum, porque já somos todos verdadeiramente responsáveis por todos. Solidariedade consiste em ser protetores dos dons e cuidadores uns dos outros.

Os japoneses têm uma parábola maravilhosa sobre um homem que vivia numa linda casa no alto de um promontório em frente ao mar. Todos os dias ele passeava no seu jardim admirando o oceano lá em baixo. Certa manhã, ao fazer o seu passeio habitual, viu aproximar-se da costa um enorme tsunami e reparou que havia um grupo de vizinhos seus a fazer um piquenique na praia. Tentou desesperadamente avisá-los, acenando, gritando, mas eles não o viam nem ouviam. Então sabem o que ele fez? Deitou fogo à sua linda casa. Aí os vizinhos viram o fumo e as chamas. Uns disseram: «vamos subir à montanha para ajudar o nosso vizinho a apagar o fogo e salvar a sua casa»; outros objetaram: «essa montanha é muito íngreme e nós estamos a divertir-nos tanto, vão vocês.» Pois bem, aqueles que subiram a montanha para ajudar o vizinho a salvar a sua casa foram eles mesmos salvos. Com efeito, quando o maremoto atingiu a praia, os que se estavam a divertir foram engolidos pelo mar e morreram.

Às vezes, quando fazemos uma obra de misericórdia ou um ato de caridade, achamos que estamos a fazer um favor a Deus ou aos outros. Mas de facto, estamos é a subir a montanha do amor que nos leva mais perto de Deus e da salvação. O único verdadeiro sucesso na vida é ser capaz de fazer dom de nós próprios. É este o sucesso que desejamos para cada um de nós, que sejamos capazes de fazer dom de nós mesmos a Deus e aos outros. Ao fazê-lo, tornar-nos-emos protetores dos dons e cuidadores uns dos outros e um sinal de esperança para o mundo dividido por individualismos e materialismos extremos.

Estamos gratos à Universidade Católica por criar um espaço onde os discípulos missionários podem encontrar uma comunidade e uma família onde alimentar os seus ideais, abrasar os seus corações com a energia mais transformadora do mundo – o poder do amor – e encher as inteligências com a sabedoria do Evangelho.


 

Edição: Rui Jorge Martins
Imagem: D.R.
Publicado em 19.07.2019 | Atualizado em 08.10.2023

 

Título: Gambiarras de luz
Autor: Cardeal Seán O'Malley, ofm cap
Editora: Paulinas
Páginas: 208
Preço: 14,50 €
ISBN: 978-989-673-699-6

 

 
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